Madeira

“É lamentável que 8 anos depois se espere por um mês de eleições autárquicas para anunciar esta medida"

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O Presidente da Câmara Municipal de Porto Moniz, Emanuel Câmara, já reagiu à notícia em que o Governo Regional da Madeira dá conta que “a partir de 4 de setembro o serviço de urgência do centro de saúde do Porto Moniz vai passar a funcionar até às 22 horas. Inclusive durante os fins de semana e feriados”.

“Não tenho dúvidas de que esta medida, além de pecar por eleitoralista e tardia é, manifestamente, insuficiente”, começa por dizer Emanuel Câmara, Presidente da Câmara Municipal de Porto Moniz.

O autarca não deixa esquecer que os motivos apontados pelo Governo Regional para o alargamento do horário de funcionamento do serviço de urgência do Centro de Saúde do Porto Moniz, que passam pelo significativo número de turistas e o elevado índice de envelhecimento registados no concelho, são dois pontos salientados por si, desde 2013, quando assumiu os destinos da gestão daquela edilidade, lamentando ainda que o Governo Regional da Madeira tenha demorado 8 anos a tomar aquela decisão, deixando prejudicados todos os munícipes do Porto Moniz.

“É lamentável que 8 anos depois se espere por um mês de eleições autárquicas para anunciar esta medida. A população não merecia ter esperado este tempo todo, ainda para mais quando a solução encontrada apenas ‘remedeia’ e não resolve na totalidade os anseios da população do Município de Porto Moniz”.

Emanuel Câmara salienta outro aspecto de entre "o rol de contradições que o Governo Regional tem usado para justificar o injustificável, quando se fala na reposição permanente do serviço de urgências do Porto Moniz". “Há muito pouco tempo, foi colocada a votação, na Assembleia Legislativa da Madeira, uma proposta do Partido Socialista que tinha por objetivo repor o funcionamento integral do serviço de urgência do Centro de Saúde do Porto Moniz. Essa proposta foi reprovada com 24 votos contra, por parte dos deputados eleitos pela coligação PDS/CDS, e com 23 votos favoráveis, 19 do PS, 3 do JPP e 1 do PCP, ou seja, a proposta não foi aprovada apenas por um único voto. Este voto, que poderia ter feito toda a diferença, confere mais uma vez a Valter Correia, deputado do concelho do Porto Moniz, eleito pelo PSD, responsabilidades acrescidas pela não reabertura daquele serviço na totalidade no Município de Porto Moniz, depois de ter permitido que o Governo Regional tivesse privado a população do Porto Moniz daquele serviço em 2012, quando era Presidente da Câmara Municipal de Porto Moniz”.

Outra situação "lamentável", apontada pelo autarca, foi o facto de o candidato do PSD à Câmara Municipal de Porto Moniz, Raimundo Silva, "ter vindo a público passar um atestado de incompetência à sua própria entidade patronal, designadamente à Secretaria Regional de Saúde e Proteção Civil", ao referir que pretende “reduzir os tempos de espera associados às cirurgias e garantir que quem mais precisa não deixe de ter acesso aos cuidados de saúde”, reconhecendo assim, de forma bem clara, "que este é um problema que o Governo Regional não consegue resolver".

Ainda sobre a temática da lista de espera para cirurgias, Emanuel Câmara denunciou "que no passado dia 22 de agosto, os candidatos do PSD Porto Moniz realizaram várias saídas de missa, no concelho do Porto Moniz, acompanhados pelo Sr. Secretário Regional da Saúde e Proteção Civil, perguntando às pessoas quais as suas necessidades, ao nível da saúde, apontando inclusive os nomes e contactos dessas pessoas que foram já contactadas durante a semana passada para serem operadas no próximo mês de setembro".

O presidente da Câmara Municipal de Porto Moniz termina com uma pergunta: “A Saúde é um direito transversal a toda a população, sem exceção. Não é uma área demasiado séria para ser utilizado com fins claramente eleitoralistas?”