Emanuel Câmara diz que tem "tentado" não levantar "muitas ondas", mas a paciência do autarca parece que se esgostou. Na habitual reunião semanal, o presidente da Câmara Municipal do Porto Moniz acusou o Governo Regional de "castrar" os autarcas do seu trabalho, isto em alusão à visita de Pedro Ramos, ontem, ao concelho, onde o governante anunciou o alargamento do horário do Centro de Saúde local até às 22 horas.

"É da mesma cor política do PSD, que há bem pouco tempo votou contra, na Assembleia Legislativa da Madeira, uma proposta para a reabertura das urgências 24 horas por dia. E vem para aqui, ontem, naquilo que parecia uma sessão de circo, em que de facto, tínhamos ali... eu não quero chamar palhaço mor, porque não quero ser indelicado e isso vai ficar na acta para os meus netos lerem, mas estava ali o senhor secretário a voltar dar ao povo do Porto Moniz parte daquilo que tirou e sabe muito bem que não é essa a solução que as pessoas querem", começou por referir Emanuel Câmara.

De acordo com o autarca, a movimentação do executivo madeirense, em vésperas de eleições, "demonstra claramente" aquilo já sabia, ou seja, deixa bem patente "o desespero" que Emanuel Câmara notou nas hostes sociais-democratas.

“Não posso aceitar que os autarcas estejam castrados no seu trabalho, a ser limitados na sua acção diária, na sua acção governativa, quando se vê que o dever de imparcialidade se estende a todas as entidades públicas, incluindo os órgãos das Regiões Autónomas, segundo a Comissão Nacional de Eleições”, precisou, acusando vários governantes de levarem “por arrasto o candidato do PSD, como aconteceu ontem de forma flagrante” e em outras situações como “na visita de obras de beneficiação das piscinas do Seixal” ou na visita “ao edifício para onde se pretende transferir o Centro de Saúde do Seixal”.

Emanuel Câmara acusou ainda o PSD de distribuir frangos à população do Porto Moniz em nome da Casa do Povo.