Ajudar as pessoas a serem felizes
Estar na política só faz sentido se tivermos a capacidade de provocar transformações
Chegamos ao “querido mês de Agosto” e este ano o calor da época é ampliado pelas campanhas dos diversos partidos. Há quem possa estar cansado de eleições, mas este é o momento de tomar opções e devemos regozijar-nos com esse facto tão simples, mas que tem tanta influência na vida de cada um de nós: votar. Eu, particularmente, não me canso, porque a democracia dá-me a alegria de poder opinar, manifestar e escolher. E as eleições autárquicas são as mais bonitas de todas, pela proximidade, pelo número de candidatos, por possibilitarem resolver problemas à porta da casa de cada um.
Todos temos responsabilidades, quem se propõe a ser eleito e quem é simplesmente eleitor. Na primeira vez que fui candidato fiz uma pergunta que faço por lembrar: porque me vou meter nisto?
Estar na política só faz sentido se tivermos a capacidade de provocar transformações e de melhorar o bocado de mundo que temos à nossa guarda. Se é verdade que a finalidade da política é a transformação, há algo que nunca deve mudar: aqueles que têm cargos políticos nunca devem deixar de ser o que são. Ser digno é isto. Mas é também lutar por causas. Se não for assim, não é política, é vaidade, é ego. É também não deixar que os adversários se transformem em inimigos. Quem se move por ódios e não por causas, emburrece e estupidifica. Sou um defensor da liberdade, e por esse principio maior nunca me vão ver aprisionado a ódios políticos que me desviem daquilo que me fez estar na política: construir, ir mais além, fazer avançar uma ideia, combater injustiças, promover a igualdade, lutar pela liberdade.
O que é mais gratificante é ajudar as pessoas a serem felizes. É isso que contará nestas eleições autárquicas. A minha responsabilidade nestas eleições foi diferente, foi a de preparar todo o processo e de dar todas as condições para que as candidaturas e os projectos possam ter sucesso. E isso está a ser dado, diria mesmo, como nunca aconteceu no PS Madeira. Demos um novo passo, e conseguimos este ano, pela primeira vez na nossa história, apresentar candidatos a todas as freguesias da Região. Este foi um dos objetivos que a minha liderança se propôs atingir no último Congresso Regional, tendo em vista o crescimento do partido e o aumento do número de eleitos em todos os concelhos. Temos um Partido organizado e que disponibilizou todos os recursos e meios possíveis às candidatas e aos candidatos. Em articulação com as concelhias escolhemos pessoas credíveis e competentes, que construíram projectos inovadores e diferenciados que, estou certo, merecerão a confiança das populações. Temos equipas de gente capaz, qualificada, que não depende de ninguém ou de outros interesses, dispostas a trabalhar pelo seu concelho e pela sua freguesia. Permitam-me destacar as candidatas. O PS Madeira é um forte defensor da igualdade e eu, em particular, um grande admirador das capacidades das nossas mulheres, das mulheres madeirenses. E é com orgulho que apresentamos este ano 6 candidatas em 11 candidaturas. O caminho é longo mas nós, homens e mulheres socialistas, estamos a percorrê-lo a passos largos, mesmo em nome das mulheres de outros partidos impedidas de o fazer.
O sucesso dos nossos projectos, mais do que vitórias do PS, serão uma oportunidade para a população dos diversos concelhos. Com a proximidade que nos é reconhecida, com rigor e seriedade no trabalho, com humildade nos resultados e compromisso com as pessoas, afirmaremos a marca do PS e defenderemos a autonomia do poder local.
A marca do PS é alicerçada em três pilares: o da boa governança, caracterizado pelo rigor financeiro e redução de dívida, diminuição impostos e aposta na modernização administrativa, realização de obra e resolução de problemas com décadas; o da cidadania e democratização, envolvendo os cidadãos nas decisões e definição de soluções, na transparência e elaboração de regulamentos, na democratização do acesso à cultura e na criação de oportunidades; o da correção de assimetrias sociais e diminuição de assimetrias territoriais, através de investimentos sociais na educação, na habitação, na capacitação de pessoas, no ordenamento do território e reabilitação urbana.
Na defesa da autonomia do poder local, as autarquias do PS sempre se distinguiram por lutar pelo exercício das suas competências, combatendo tentativas de usurpação e de submissão por parte do Governo Regional. Um governo que utiliza a Quinta Vigia como sede partidária e as Casas do Povo como entidades substitutas das Juntas de Freguesia da oposição. Um governo com dualidade de critérios, que faz acordos extrajudiciais com uma construtora para pagar 55 milhões de euros, sem qualquer decisão do tribunal, mas que não paga o IRS que deve aos municípios, mesmo depois da decisão judicial favorável às Câmaras. Um governo que exige autonomia à República, mas que não pratica com as autarquias. Para o PS a autonomia não é um slogan, é um compromisso político. E se queremos aprofundar a autonomia regional, temos de reforçar a autonomia do poder local, porque só com os municípios podemos desenvolver a Região por inteiro.