"Quero medalhas olímpicas das três cores", diz Fernando Pimenta
O canoísta Fernando Pimenta garantiu hoje que mantém o "sonho de ser campeão olímpico", prometendo "luta" em Paris2024 para juntar o desejado ouro ao bronze em K1 1.000 metros de Tóquio2020 e à prata em K2 1.000 em Londres2012.
"Acredito que é possível e continuo a querer ser campeão olímpico. Ter as três cores de medalhas. E vou estar cá para lutar por esse sonho e objetivo, conquistar mais êxitos para Portugal", disse o atleta, na conferência de imprensa após a final dos Jogos Olímpicos.
Fernando Pimenta, de 31 anos, terminou a prova de K1 1.000 metros em 3.22,478 minutos, apenas atrás dos húngaros Balint Kopasz, 24 anos, novo recordista olímpico, com 3.20,643, e Adam Varga (3.22,431), de 21 anos.
"Sabia que aqui ia prevalecer muita juventude nestes Jogos Olímpicos, mas a idade é um posto, não é peso. Espero nos próximos Jogos continuar a lutar por pódios", vincou.
O canoísta limiano recordou que este foi um ciclo olímpico "longo e muito difícil" e contou que esta medalha "vai servir para os 'dias não', para acreditar sempre que 'é possível', depois de tanta superação".
"É continuar a trabalhar e a acreditar. Enquanto tiver este espírito, me sentir feliz a fazer o que faço... Enquanto tiver força física e mental, vou dar o meu melhor todos os dias para conquistar mais troféus para o nosso país", confessou.
Fernando Pimenta esclareceu que foi o "canoísta mais regular deste ciclo olímpico", de cinco anos, no qual apenas falhou um pódio, numa Taça do Mundo em 2019, sendo quarto, enquanto em Europeus e Mundiais conquistou sempre uma medalha.
"De todos os atletas desta final fui o mais regular e isso coloca automaticamente a fasquia da pressão mais elevada. Sem estes resultados internacionais ninguém em Portugal acreditaria que eu vinha aos Jogos lutar pelos primeiros lugares. É uma pressão normal e lido bem com ela", assumiu.
Pimenta revelou que "sempre" esteve disponível para outras tripulações além do K1, pelo que renovou a sua vontade de fazer outras em Paris2024, além do tradicional K1 1.000.
"Estou muito contente pelo meu percurso, com 105 medalhas internacionais, duas delas olímpicas. Acredito que é possível estar na luta por mais uma ou duas medalhas em Paris2024, dependendo do que possa fazer. Se calhar posso dar também um contributo ao K2 500 ou K4 500, que vão ser as distâncias em competição", especificou.
Admitiu que "não houve tempo" para treinar outras tripulações para Tóquio2020, assumindo que estaria disponível para o fazer, se fosse o caso.
Fernando Pimenta, que já inicia hoje a viagem de regresso a Portugal, revelou que "até domingo não vai haver limites ou constrangimentos" na sua dieta e celebrações com a família, contudo voltará ao plano de treinos "exigente" a partir daí.
"A época ainda não acabou. Há um campeonato do Mundo por disputar no terceiro fim de semana de setembro e há lá pódios pelos quais quero lutar", concluiu, referindo-se ao K1 1.000 e K1 5.000.
"Enorme feito de Fernando Pimenta", diz o treinador Hélio Lucas
O treinador de Fernando Pimenta, Hélio Lucas, destacou hoje o "enorme feito" alcançado pelo seu atleta nos Jogos Olímpicos, a medalha de bronze em K1 1.000 metros de Tóquio2020.
"Cumpriu o sonho da medalha olímpica em K1 e isso vai ficar para sempre na sua carreira, que já tinha uma prata em K2 1.000 metros. Há poucos desportistas em Portugal a conseguir tudo o que ele tem feito em todos estes anos", disse o técnico, em declarações à agência Lusa.
Fernando Pimenta, de 31 anos, terminou a prova de K1 1.000 metros de Tóquio2020 em 3.22,478 minutos, apenas atrás dos húngaros Balint Kopasz, novo recordista olímpico, com 3.20,643, e Adam Varga (3.22,431).
"Estou muito feliz por um lado e por outro acho que poderia ter ido um pouco mais além. Quebrou um pouco na ponta final, mas foi uma prova fantástica, nada lhe tenho a apontar", elogiou.
Hélio Lucas, que treina Fernando Pimenta desde sempre, elogiou o seu atleta, "inexcedível no trabalho e no compromisso com os seus objetivos".
Entende que essa é uma das formas de explicar a "competitividade" de Pimenta, que está a 10 dias de completar 32 anos, perante atletas como os novos campeão e vice-campeão olímpicos, respetivamente com 24 e 21 anos.
"Tem um nível e consistência como poucos. E a sua insatisfação pelo bronze mostra somente de que raça é feito, até onde vai o tamanho da sua ambição", concluiu.
Esta é a terceira medalha de Portugal em Tóquio2020, depois do bronze do judoca Jorge Fonseca na categoria de -100kg e da prata de Patrícia Mamona no triplo salto.