Alemanha empenhada em ajudar os que tentam fugir ou que já fugiram do Afeganistão
A Alemanha manifestou-se hoje empenhada em ajudar as pessoas que tentam sair do Afeganistão para fugir ao novo regime talibã ou que já saíram como refugiados.
O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas, disse, antes de chegar à Turquia, para uma viagem a vários países vizinhos do Afeganistão, que o compromisso da Alemanha "não termina com a conclusão da missão militar de resgate".
As operações militares alemãs de resgate terminaram no Afeganistão com a retirada de 5.347 pessoas de pelo menos 45 países, de acordo com Ministério da Defesa.
Milhares de pessoas continuam, no entanto, a tentar sair do país.
Depois da Turquia, o chefe da diplomacia alemã viajará para o Uzbequistão, Paquistão, Tajiquistão e Qatar.
Heiko Maas reconheceu que os países aos quais vai deslocar-se desempenharam um "papel considerável para garantir o sucesso" das operações de resgate, defendendo uma "abordagem internacional coordenada com os talibãs".
"A nossa oferta de apoio aos países vizinhos [do Afeganistão] para ajudá-los a lidar com as consequências humanitárias e económicas também faz parte disso [do compromisso alemão]", afirmou, acrescentando que é do interesse da Alemanha "garantir que o colapso no Afeganistão não desestabilize toda a região".
Os talibãs (extremistas) reconquistaram a capital afegã, Cabul, em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no Afeganistão desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime talibã (1996-2001), que acolhia no território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e aliados na NATO, incluindo Portugal, que recebeu à data 61 refugiados afegãos.
Na quinta-feira, um atentado suicida, reivindicado por um braço do grupo 'jihadista' Estado Islâmico, matou pelo menos 170 pessoas, incluindo 13 militares norte-americanos, e feriu 150 no aeroporto de Cabul, "epicentro" da gigantesca "ponte aérea" para retirar afegãos e estrangeiros do Afeganistão.
Hoje, num ataque de autoria desconhecida, pelo menos cinco pessoas, três delas crianças, morreram após uma explosão numa casa perto do aeroporto.