BE quer ver como é que anúncios de Costa se reflectem no OE2022
O BE disse hoje que quer ver como é que as medidas anunciadas pelo secretário-geral socialista "se vão refletir" no Orçamento do Estado para 2022, referindo que as reuniões com o Governo prosseguem na próxima semana.
Em declarações aos jornalistas depois do discurso de António Costa que encerrou a 23.ª reunião magna socialista, em Portimão, o deputado bloquista Jorge Costa considerou que as medidas anunciadas "deram a indicação de áreas em que o Governo pretende intervir".
Apesar de ter sido feito o "anúncio de uma série de medidas importantes", prosseguiu, o BE "quer ver como é que se vão refletir ou não no texto de Orçamento do Estado" que o Governo vai apresentar na Assembleia da República.
Contudo, Jorge Costa não quis "deixar de sublinhar a ausência no discurso do primeiro-ministro de alguns tópicos essenciais" para o BE, partido que tem manifestado disponibilidade para negociar o Orçamento do Estado para 2022 mas que exige a abertura do executivo para incluir medidas que considera prioritárias.
A legislação laboral é uma matéria da qual o BE não prescinde e "onde o PS insiste em recusar a alteração das medidas que a `troika´, o Governo de Passos Coelho, introduziu em 2012", acusou.
"Quando o primeiro-ministro fala da dignidade do trabalho e da necessidade de fazer crescer o salário médio, isso só pode conseguir-se alterando a condição do trabalho na sociedade, alterando a condição dos trabalhadores neste contexto", completou.
A legislação laboral é uma 'linha vermelha' do Bloco e vai ser uma matéria que o partido vai levar para a mesa de negociações com vista à aprovação do OE2022.
No que diz respeito ao investimento na saúde, tópico que foi um dos mais abordados durante o congresso socialista, continua a ser marcado pela "falta de um compromisso" do PS, advogou o deputado bloquista.
Jorge Costa também anunciou que durante a próxima semana haverá um "conjunto de reuniões" com o Governo para dar "sequência a esse diálogo" de negociação do Orçamento do Estado para o próximo ano.
O secretário-geral do PS afirmou hoje que vai alargar os apoios aos jovens para promover a sua autonomia, desde logo no plano da fiscalidade, e prometeu alterar a legislação laboral para desincentivar a precariedade e combater abusos.
A questão da juventude e das suas condições de vida foi tema central da intervenção com que o líder socialista encerrou o 23º Congresso Nacional do PS, no Portimão Arena, particularmente o problema da "dignidade no trabalho".
"É fundamental que as empresas compreendam que esta jovem geração, por ser mais qualificada, é -- e tem o direito de ser -- mais exigente nas suas condições de trabalho", começou por acentuar o primeiro-ministro, recebendo uma salva de palmas dos congressistas socialistas.