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Turquia reticente em gerir aeroporto de Cabul deixando a segurança aos talibãs

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O Presidente turco mostrou-se reticente em ser o seu país a assegurar a gestão do aeroporto de Cabul e os talibãs a segurança, receando que Ancara venha a encontrar-se numa posição delicada em caso de novo atentado.

Num comentário publicado hoje em vários órgãos de comunicação social, entre os quais a agência oficial turca Anadolu, Recep Tayyip Erdogan referiu-se ao facto de os talibãs quererem ficar responsáveis pela segurança do aeroporto da capital do Afeganistão, deixando a exploração à Turquia.

"Que dizem os talibãs sobre o aeroporto? Eles dizem 'deem-nos a segurança e vocês exploram-no'. Como podemos confiar-vos a segurança?", declarou Erdogan.

Durante a semana passada, o Presidente turco afirmou que, nas primeiras conversações com os talibãs, estes terão manifestado que queriam supervisionar a segurança do aeroporto, permitindo que a Turquia gerisse a sua logística.

A Turquia tinha previsto ajudar a garantir a segurança e gerir o aeroporto da capital afegã, mas, na quarta-feira, começou a retirar os seus cerca de 500 soldados do Afeganistão.

"Admitamos que assumam a segurança, mas então que dizer ao mundo se acontecer outro banho de sangue? Não é simples", declarou.

Mais de cem pessoas morreram, entre as quais 13 soldados norte-americanos, no atentado suicida de quinta-feira no aeroporto de Cabul, reivindicado pelo autodenominado Estado Islâmico (EI), ataque que desacelerou o ritmo de retirada das forças norte-americanas, cujo termo tinha sido estipulado pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para a próxima terça-feira.

Novos alertas de atentado comprometem a evacuação que está a ser supervisionada pelas forças norte-americanas, tendo Joe Biden advertido ser "altamente provável" um novo ataque.

A Turquia concluiu a sua operação de evacuação e fez regressar a sua embaixada, que havia sido transferida para o complexo do aeroporto, para as suas instalações, disse Erdogan.

"Planeamos manter a nossa presença diplomática", afirmou, sublinhando que os planos são constantemente atualizados em função da situação.

"Temos prontos todos os planos alternativos necessários. A nossa prioridade é a segurança do nosso pessoal", acrescentou.