Egipto reabre passagem da fronteira de Rafah com Gaza após 6 dias
O Egito reabriu hoje a fronteira de Rafah com Gaza em ambas as direções, após mantê-la parcialmente fechada por seis dias, restaurando a passagem de pessoas entre o país árabe e o enclave palestiniano, informaram fontes oficiais.
A passagem de Rafah é a única abertura da Faixa de Gaza que não é controlada por Israel e tinha sido aberta em maio passado para permitir ajuda humanitária.
O Egito não especificou o motivo da reabertura de hoje da passagem da fronteira de Rafah, que ocorreu poucas horas depois de Israel bombardear alvos militares do movimento islâmico Hamas em Gaza, mas a reabertura está a ser avançada pela agência de notícias espanhola Efe, que cita fontes do Ministério do Interior da Faixa de Gaza e do Exército egípcio.
As autoridades egípcias fecharam a passagem na segunda-feira passada, dia 23 de agosto, devido aos protestos palestinianos na cerca divisória com Israel registados no sábado, dia 21 de agosto, e dos quais resultou a morte de dois palestinianos atingidos por tiros israelitas.
Tal como na semana passada, as manifestações deste sábado, dia 28, terminaram em confrontos com soldados israelitas.
Três palestinianos ficaram feridos com munições reais e oito por balas de borracha e granadas de choque.
Os protestos deste sábado foram organizados pelas chamadas "unidades noturnas de confusão", formalmente vinculados ao Hamas, movimento islâmico que gere o enclave desde 2007.
Israel responsabiliza a organização islâmica - que considera um grupo terrorista - por todos os incidentes ocorridos na Faixa de Gaza, um território de 365 quilómetros quadrados controlado pelo Hamas e lar de cerca de dois milhões de palestinianos.
Em maio transato, o exército israelita e as milícias palestinas em Gaza estiveram envolvidos naquela que é considerada a pior escalada militar desde 2014.
Após 11 dias de violência, o Egito, principal mediador entre Israel e o Hamas, conseguiu fazer com que ambos os lados chegassem a um cessar-fogo que tem permanecido, de forma frágil, desde então.
Um dos pontos da discórdia é a reconstrução de Gaza - zona muito afetada materialmente pelos bombardeios israelitas em maio -, um processo que não está a avançar como o Hamas gostaria.