PCP não ouviu de Costa as respostas para os problemas do país
O PCP considerou hoje que não encontrou respostas para os problemas do país, nomeadamente a necessidade de aumentar salários, no discurso do secretário-geral socialista e primeiro-ministro, António Costa, durante o encerramento do 23.º Congresso do PS.
"O país encontra-se, neste momento, confrontado com problemas muito significativos, muitos deles já existiam antes da pandemia (...). Ora, esses problemas precisam de respostas que não encontrámos, nem ouvimos, nesta intervenção do secretário-geral do PS que é, simultaneamente, primeiro-ministro", disse o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP Vasco Cardoso.
O dirigente comunista, que falava aos jornalistas após ouvir o discurso de António Costa no encerramento do 23.º Congresso Nacional do PS, no Portimão Arena, advertiu que para o PCP são imperativas "respostas do ponto de vista do aumento dos salários", mas "sobre isso o primeiro-ministro nada disse".
Vasco Cardoso também apontou críticas ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), um dos tópicos mais abordados ao longo do congresso socialista, considerando que Portugal não pode "ser um país que fica muito com um PRR, mas que depois tem os mais baixos salários que se pode verificar em toda a União Europeia".
O dirigente comunista acrescentou que no discurso de Costa que encerrou os dois dias de congresso no Portimão Arena "houve ausência completa de abordagem sobre o aparelho produtivo nacional" e sobre a necessidade de substituir as importações pela produção nacional.
"Os milhões da dita 'bazuca' não podem ser para que o Estado português vá comprar lá fora aquilo que podia produzir cá dentro", reforçou Vasco Cardoso.
Interpelado sobre o enfoque dado por António Costa ao combate aos abusos laborais, o membro da Comissão Política comunista disse compreender que "em vésperas de eleições há toda uma dinâmica propagandista".
No entanto, sustentou, "não faltaram oportunidades ao PS para alterar a legislação laboral" e impedir "despedimentos absolutamente selvagens" e abusos laborais que o ocorreram durante a pandemia.