Cafôfo deixa reparos ao GR, pede solidariedade ao Estado e quer fim da "tensão entre a República e a Região"
O presidente do PS-M apresentou a moção 'Estados Gerais da Autonomia' no XXIII Congresso Nacional do PS
O presidente do PS-M, Paulo Cafôfo, deu continuidade, este domingo, à apresentação da moção sectorial 'Estados Gerais da Autonomia' no XXIII Congresso Nacional do PS.
A proposta, segundo descreve, "representa uma postura activa e proactiva do PS-M nas questões de autonomia" na Região. Cafôfo pede a aprovação da moção que aborda quatro temas - continuidade territorial, reforma do sistema político, apoio à UMa, reforço do Centro Internacional de Negócios e coesão e desenvolvimento económico.
Cafôfo revela que, para além da sua aprovação, a sua intenção é de que o Estado demonstre solidariedade à Região no que concerne a questão da continuidade territorial, "uma obrigação do Estado", considera.
O presidente do PS-M, aproveitou a intervenção para deixar alguns reparos ao actual executivo do Governo Regional da Madeira, liderado por Miguel Albuquerque: "a maior parte das vezes o Governo Regional prefere apostar na guerrilha e não no diálogo, com a agravante de nem sequer usar autonomia ou apresentar propostas para as soluções dos problemas dos madeirenses e porto-santenses". Paulo Cafôfo lembra que o PS-M não quer ter uma postura "igual ao do Governo Regional do PSD, que está sempre de mão estendida para Lisboa, uma visão muito limitada e redutora daquilo que deve ser a autonomia", descreve.
Mobilidade
Entre as propostas na questão da mobilidade na Região, o socialista quer a aprovação do subsídio social de mobilidade, que as "ligações aéreas e ligações interilhas sejam feitas com tarifas competitivas, horários e frequências compatíveis com os voos de ligação à Madeira", na acessibilidade marítima, pretende que seja estendido o subsídio social de mobilidade para mobilidade marítima e que seja lançado o concurso ferry de ligação da Madeira ao Continente.
Governo
Na questão da reforma do sistema político, Paulo Cafôfo alerta para a necessidade de revisão da lei das finanças regionais e para o fim da actual "tensão entre a República e a Região".
O PS-M defende ainda o "aumento do diferencial fiscal, excepções ao limite de endividamento e a revisão do cálculo do fundo de coesão", bem como a "revisão do estudo político administrativo e da constituição. O presidente do partido alerta que há matérias nas Regiões Autónomas que precisam de ser clarificadas, "particularmente aquela que diz respeito aos poderes de gestão do domínio público marítimo, que é do Estado, mas também a eliminação do cargo de Representante da Republica nas Regiões".
Termos, eu diria, uma autonomia amadurecida, para darmos este passo em frente.
Educação
Na área da educação, Paulo Cafôfo defende mais apoio à Universidade da Madeira, "instituição importantíssima para o desenvolvimento da Região", que deve ser compensada financeiramente, devido "às questões da insularidade e dos custos da insularidade", necessidades, que "infelizmente o Governo Regional nunca teve uma estratégia", constata.
Economia
O PS-M pretende colocar o Centro Internacional de Negócios, "particularmente, os Serviços Internacionais, o Registo Internacional de Navios, que é já o terceiro maior da Europa, e a Zona Franca Industrial" ao serviço da Região, para que o arquipélago não esteja "à mercê de decisões pouco transparentes e erróneas do Governo Regional que, por exemplo, adjudicou a concessão a uma empresa privada, sem concurso internacional, que levou que Portugal fosse alvo de um processo de infracção por parte da União Europeia", aponta.
"Esta é uma moção para o futuro da Região para usar a autonomia e o seu potencial, que exige cooperação da república para termos uma autonomia de resultado, na Madeira temos que ser capazes de reinventar a política e pô-la ao serviço das pessoas", rematou no 23.º Congresso Nacional do PS, que decorre desde sábado, 28 de Agosto, na Portimão Arena.