O "estadista com visão", Jorge Coelho homenageado com mensagem de Guterres
O antigo dirigente socialista Jorge Coelho foi hoje homenageado na reabertura dos trabalhos do 23.º Congresso do PS, onde também foi transmitida uma mensagem de António Guterres a recordar o "estadista com visão" e ao "serviço das pessoas".
Com a sala praticamente preenchida no arranque dos trabalhos, pelas 15:30, e ao som de "Conquest of Paradise", de Vangelis, os congressistas homenagearam o antigo dirigente socialista e ministro Jorge Coelho, que morreu em 07 de abril.
O vídeo exibido nos ecrãs do Portimão Arena percorreu o percurso político do antigo dirigente do PS e comentador político no programa "Circulatura do Quadrado", entrelaçado com os percursos do antigo Presidente da República Mário Soares, o do secretário-geral do PS e também primeiro-ministro, António Costa, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e também o do secretário-geral das Nações Unidas e antigo chefe do Governo, António Guterres.
Guterres, primeiro-ministro em funções na altura em que Jorge Coelho exerceu funções executivas, apareceu em vídeo e perante os delegados recordou um amigo e um "estadista com visão".
"Ainda me custa crer que não está connosco", disse Guterres, acrescentando que tem uma "enorme gratidão pela entrega" de Jorge Coelho "ao serviço das pessoas".
Nas palavras do próprio Jorge Coelho, exibidas no vídeo, é preciso "acreditar que é possível ter um mundo melhor", expressão recebida com aplausos de pé pelos congressistas.
O antigo dirigente socialista foi ministro de três pastas nos governos de António Guterres: ministro Adjunto; ministro da Administração Interna; ministro da Presidência e do Equipamento Social.
A partir de 1992, com Guterres na liderança, Jorge Coelho foi secretário nacional para a organização, contribuindo para a vitória eleitoral dos socialistas nas legislativas outubro de 1995.
Nascido em 17 de julho de 1954, em Mangualde, distrito de Viseu, Jorge Coelho era empresário, mas continuou sempre a acompanhar a atividade política, como comentador de programas como a Quadratura do Círculo, na SIC Notícias e TSF, mas também como cidadão.
Jorge Coelho marcou a atividade política ao demitir-se do cargo de ministro do Equipamento do executivo de António Guterres após a queda da ponte de Entre-os-Rios em 04 de março de 2001, alegando que "a culpa não pode morrer solteira".