BCP avança para 100 rescisões unilaterais após acordo com 80% dos trabalhadores
O BCP vai avançar para rescisões unilaterais com menos de 100 trabalhadores, depois de ter chegado a acordo com 80% dos colaboradores abrangidos no processo de reestruturação, anunciou hoje o presidente executivo, Miguel Maya.
"No decorrer do processo, desenvolvemos múltiplas interações com as entidades representativas dos trabalhadores e com as pessoas que foram contactadas e, conforme tínhamos perspetivado, ajustámos alguns aspetos do modelo que havíamos estabelecido", afirmou Miguel Maya, num comunicado enviado aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso, adiantando que o banco chegou a acordo com 80% dos colaboradores que foram contactados.
No entanto, o presidente executivo da instituição financeira ressalvou que, tal como estava previsto, o BCP vai avançar com medidas unilaterais, sendo que o número de pessoas abrangidas será inferior a 100 e terá em consideração aspetos como o "conhecimento complementar adquirido no decorrer das reuniões individuais".
Para Miguel Maya, o banco tem assim pela frente "um período difícil", face à instabilidade que estes processos sempre causam.
"Agradeço, em nome da Comissão Executiva, a todos os que já tomaram a decisão de seguir novos rumos, destacando o muito que deram ao banco ao longo de sucessivos anos de trabalho intenso e desafiante. Prosseguiremos com ânimo e determinação o trabalho necessário para adaptar o banco aos novos tempos, sabendo que só o sucesso permitirá respeitar o legado de todos os trabalhadores que fizeram evoluir o Banco Comercial Português", concluiu.
Em 13 de agosto, a Comissão de Trabalhadores (CT) do BCP revelou que o banco está a apresentar novas propostas de rescisão a funcionários, mas agora com acesso ao subsídio de desemprego, lamentando que a instituição não privilegie as reformas antecipadas.
O BCP registou lucros de 12,3 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, menos 84% do que no mesmo período de 2020.