Francisco Freitas termina corrida no Monte Branco em 12.º lugar
Francisco Freitas, um dos atletas madeirenses de trail running que por estes dias estão a participar nas várias corridas do UTMB -Ultra Trail do Mont-Blanc terminou há pouco a corrida de 145 quilómetros. O atleta da Associação Cultural e Desportiva do Jardim da Serra completou mais este desafio em 21h22m04, acabando a prova em 12.º lugar da geral, e em 3.º no seu escalão (V1 H), sendo, também, o melhor português.
Em média, o atleta correu cerca de 6,8 quilómetros por hora, embora no decorrer da prova tenha chegado a registar máximos de 12 quilómetros por hora, quando estavam ultrapassados 50 quilómetros do trajecto e antes de enfrentar uma das mais exigentes etapas da corrida, a subida mais longa a caminho de Passeur.
Depois de algum abrandamento no período nocturno, o atleta recuperou algum ‘fôlego’ e, na parte final da corrida, por sinal com menos exigência física, mas mais cansaço acumulado, voltou a mostrar um desempenho muito bom, com médias entre nove e 10 quilómetros por hora.
Corrida ensobrada pela morte de um atleta
Esta corrida fica ensombrada pela morte de um atleta checo, que não resistiu aos ferimentos após um incidente, a meio da noite, na descida de Passeur de Pralognan. Esta secção já fez parte de várias edições anteriores da TDS e, ao longo do trajecto, havia pessoal da organização e das equipas de segurança para dar apoio aos atletas especificamente nesta parte do percurso.
Este incidente fatal levou a que a organização tivesse de tomar medidas para assegurar um socorro rápido à vítima, com recurso a helicópteros, obrigando ao ‘desvio’ de mais de 1.200 atletas que ainda não haviam ultrapassado esta secção. A corrida ficou parcialmente suspensa.
Francisco Freitas foi um dos 293 corredores que já haviam passado pelo Passeur de Pralognan antes do acidente e puderam, assim, continuar a corrida. Nesse conjunto estava, também, o madeirense Ricardo Gonçalves, atleta da ADRAP, que, ainda há pouco já tinha 126 quilómetros de percurso, estando no 71.º lugar da geral.
Apanhados no desvio foram pelo menos três atletas madeirenses, que ficaram ‘retidos’ em Bourg-Saint Maurice, ao quilómetro 50,7. Sónia Mendonça, da Associação Desportiva Galomar (com 9h25m04 estava na 978.ª posição da geral), Sérgio Catarino, do Clube de Montanha do Funchal (com 9h19m44, estava na 1.091.ª posição da geral) e João Manuel Sousa, do Q10 Clube Desportivo Escola de Santana (com 8h13m19, estava na 1.194.ª posição da geral).
A organização está a tratar do retorno seguro dos corredores a Bourg Saint-Maurice, onde serão recebidos e transportados.
Desde 2015 a somar bons resultados no UTMB
Desde 2015 que Francisco Freitas tem participado em corridas do UTMB. Nesse primeiro ano, correu os 101 quilómetros da CCC em 13h53m15, que lhe valeu o 14.º lugar à geral e o 10.º lugar no seu escalão (SE H).
No ano seguinte, em 2016, participou na mesma corrida que correu este ano, a TDS, tendo, então, concluído o desafio em 10h10m39, ficando em 7.º lugar à geral e foi 1.º do seu escalão (V1 H).
Em 2017, 2018 e 2019 participou na prova rainha, a UTMB, corrida de 170 quilómetros, com 10.000 metros de desnível positivo. Ficou sempre entre os 30 primeiros classificados. Em 2017, com 23h44m56 alcançou o 27.º lugar à geral, e o 5.º no seu escalão (V1 H); em 2018 completou a corrida em 21.º lugar à geral, com 24h40m38, o que lhe valeu um 7.º lugar no seu escalão (V1 H); em 2019, último ano em que o evento aconteceu, já que no ano passado a pandemia levou ao seu cancelamento, terminou em 20.º lugar à geral, com 24h29m19, tendo subido ao pódio do seu escalão (V1 H9«), com um brilhante 3.º lugar.
Prova de topo no trail mundial
O UTMB tornou-se, nos últimos anos, numa das mais populares corridas de ultra trail do Mundo. O evento faz-se de sete corridas principais distintas, que acontecem em diferentes locais, ligando três países (França, Itália e Suíça), com distâncias e graus de dificuldade variados, todos em torno a montanha mais alta da Europa Ocidental, o Monte Branco.
Para participar numa das corridas, os atletas devem acumular pontos de qualificação ao correrem em algumas corridas que acontecem nos dois anos antes um pouco por todo o Mundo. Como o número de participantes é limitado e a procura é muita, há um sorteio para seleccionar os participantes entre os corredores com pontos de qualificação suficientes.
Este ano, a ‘comitiva’ madeirense conta com mais de 15 atletas, de diferentes clubes regionais e que participam em diferentes corridas.