Eleições Autárquicas Madeira

CDU 'aponta o dedo' a Miguel Gouveia/"Confiança” e a apropriação de bens públicos

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A CDU emitiu um comunicado 'apontado o dedo' ao candidato da Confiança, Miguel Gouveia, onde fala de apropriação de bens públicos para favorecimento eleitoral.

"A CDU decidiu desencadear a crítica e a denúncia pública sobre a apropriação de bens públicos, assim como a instrumentalização de dinheiros da Câmara Municipal do Funchal para fins de campanha eleitoral ao serviço do candidato Miguel Gouveia/ "Confiança".

Nas paredes exteriores, viradas para a via pública de maior circulação, no edifício do Antigo Matadouro, no Funchal, onde decorrem as obras de reabilitação através de dinheiros públicos, numa obra que é da responsabilidade da Câmara Municipal do Funchal, está colocado um grande cartaz de propaganda eleitoral do candidato "Miguel Gouveia/Confiança" intitulado, ao lado da foto daquele candidato, "Antigo Matadouro/património requalificado/cumprimos", seguido dos símbolos de cada uma das forças partidárias que integram aquela coligação. [Cf. Foto em anexo].

Destes fatos resulta uma evidência: o ainda Presidente da CMF, e recandidato, procura associar um empreendimento público à sua candidatura às próximas eleições autárquicas, como se aquela obra que é da CMF fosse coisa sua ou seu empreendimento. Ou seja, estamos perante a instrumentalização de um edifício público, da sua estrutura, dos dinheiros públicos que estão a ser ali aplicados, para transmitir a ideia, através do referido cartaz agora ali imposto, de que aquela obra em curso é coisa da sua candidatura, um instrumento da "Confiança/Miguel Gouveia", quando aquele património é da cidade e de todos os cidadãos."

A CDU considera estar em causa uma situação de abuso de poder por parte do atual Presidente da CMF que nem nos tempos do 'jardinismo' aconteceu.

"Na verdade, o Presidente da CMF, sem olhar a meios, usa e abusa da sua influência institucional para ocupar um largo mural de um edifício público para a sua propaganda e, sobretudo, está em causa uma tentativa de apropriação de um empreendimento da CMF como se tivesse passado a ser património da "Confiança/Miguel Gouveia", como se os dinheiros da CMF pudessem confundir-se com os meios instrumentais daquela candidatura.

Embora nos tempos do "jardinismo" fosse vulgar o abuso de poder e fosse prática comum dos governantes a instrumentalização dos bens públicos e dos meios institucionais para fins de campanha eleitoral, não há memória de que nos piores dias "jardinismo" nos edifícios públicos fossem ostentadas as iconografias do partido no poder, os seus candidatos ou cartazes da campanha eleitoral.

Quando se chegou a pensar que pior do que o "jardinismo" seria muito difícil acontecer, eis que, pelas mãos do PS e da sua coligação "Confiança", somos confrontados com práticas que em muito suplantam o que de mais antidemocrático comportou o regime jardinista.", pode ler-se no comunicado enviado à comunicação social.