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África do Sul regista taxa de desemprego mais elevada em 13 anos

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A taxa de desemprego na África do Sul aumentou no segundo trimestre de 2021 para 34,4%, a taxa mais elevada em 13 anos, anunciou hoje a entidade nacional de estatística sul-africana Stats SA.

"Os resultados do Inquérito Trimestral às Forças de Trabalho (QLFS) para o segundo trimestre de 2021 indicam que o número de pessoas empregadas diminuiu em 54.000 no segundo trimestre para 14,9 milhões", refere a entidade governamental sul-africana, em comunicado divulgado hoje.

O número de desempregados aumentou em 584.000 para 7,8 milhões comparativamente com o primeiro trimestre de 2021, adianta.

De acordo com a Stats SA, o número de pessoas "desencorajadas" de procurar trabalho na África do Sul aumentou em 186.000 (5,9%), e o número de pessoas que não se encontravam economicamente ativas diminuiu em 571.000 (4,5%) entre os dois trimestres, "resultando numa diminuição de 386.000 pessoas no seio da população que não está economicamente ativa".

"Estas alterações fizeram com que a taxa oficial de desemprego aumentasse em 1,8 pontos percentuais, de 32,6% no primeiro trimestre de 2021 para 34,4% no segundo trimestre de 2021 - a mais elevada desde o início do QLFS em 2008", lê-se no comunicado da Stats SA.

"A taxa de desemprego, de acordo com a definição alargada de desemprego, aumentou 1,2 pontos percentuais para 44,4% no segundo trimestre de 2021 comparativamente com o primeiro trimestre de 2021", conclui a entidade nacional de estatística sul-africana.

Nesse sentido, tendo em conta a referência das autoridades sul-africanas à taxa de desemprego "alargada", que inclui os trabalhadores que não procuram ativamente emprego por falta de perspetivas, a crise de desemprego no país ascende a 44,4%.

Os dados indicam que a África do Sul continua a registar uma tendência negativa na taxa de desemprego desde o início da avaliação trimestral do desemprego no país (2008), apesar das repetidas promessas do Governo do Presidente Cyril Ramaphosa de reverter a situação, agravada com a pandemia da covid-19.

Além da pandemia, a evolução do desenvolvimento económico no país depende da estabilidade política no seio do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), o partido no poder desde 1994.

O impacto da recente onda de tumultos violentos e saques em julho, que segundo as autoridades provocou 354 mortos e prejuízos materiais na ordem dos 50 mil milhões de rands (cerca de 2,8 mil milhões de euros), não está refletido nas estatísticas oficiais hoje divulgadas.  

Todavia, o Governo sul-africano prevê uma retoma no crescimento da economia nacional, em 2021, com uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) na ordem dos 3,3%, após o colapso da atividade económica verificado no ano passado em cerca de 7,2%.