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Chefe da polícia de São Paulo suspenso após promover iniciativa a favor de Bolsonaro

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Um dos chefes da Polícia Militar de São Paulo foi suspenso de suas funções hoje após promover uma iniciativa convocada para 07 de setembro a favor do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

O coronel Aleksandre Lacerda, chefe do comando da Polícia Militar do Interior, foi afastado de suas funções após convocar seus amigos nas redes sociais para uma manifestação contra o STF e a Justiça Eleitoral brasileira marcada para 07 de setembro, data em que se celebra a independência do Brasil.

Lacerda, que comanda uma tropa de cinco mil homens distribuída em 78 cidades do interior de São Paulo, o estado mais rico e populoso do Brasil, foi questionado para se justificar após as suas publicações político-partidárias nas redes sociais serem reveladas pelo jornal brasileiro O Estado de S.Paulo.

A promoção de atos político-partidários é proibida pelo estatuto da Polícia Militar.

Manifestações contra o STF e a Justiça Eleitoral têm sido promovidas pelo próprio Presidente Bolsonaro, que nos últimos meses tem prejudicado a relação do executivo com os poderes legislativo e judiciário ao questionar o atual sistema de votação eletrónica.

O chefe de Estado levantou, sem provas, suspeitas de fraude em relação ao voto eletrónico que o Brasil adotou em 1996 e exigiu a incorporação de um sistema misto que inclui o voto em cédula impressa.

A campanha de Bolsonaro contra o voto eletrónico foi inundada de informações falsas, o que levou a Justiça Eleitoral e o STF a incluí-lo nas investigações sobre a disseminação de mentiras nas redes sociais que alegadamente minam a democracia.

O Presidente brasileiro já é alvo de investigações também sobre supostas fraudes com vacinas contra a covid-19 e outras irregularidades que têm mergulhado o país num sério conflito institucional contra o qual até empresários e bancos já se manifestaram, condenando as ameaças da extrema-direita à democracia.