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DRPPIeLongevidade – Bem-vinda!

Finalmente começamos a ver os resultados de aturado estudo que Pedro Calado vinha fazendo no Governo Regional (GR) quanto à premente necessidade de coordenar as Políticas Públicas e Integradas (leia-se: Cuidados Continuados - REDE) com a Longevidade com vista à execução adequada e não atabalhoada que se vive presentemente, na nossa ilha, já que aos doentes necessitando de assistência em internamento de cuidados continuados (normalmente de longa duração), perante as dificuldades que a Saúde encontra em colocar esses doentes fora da sua tutela (leia-se: encargo), e porque na área social, à Região Autónoma da Madeira (RAM) não têm sido atribuídos os meios financeiros para o fazer, como acontece no Continente, ficam as famílias e GR de “mãos atadas” e sem soluções. Esta é certamente uma visão estratégica e de governação com grande visão política.

Não confundamos esta situação com Hospitalização Domiciliária (HD), porque são duas atitudes e procedimentos distintos, sendo certo que a HD será uma realidade num futuro já não muito distante (como o tem afirmado o Dr. Pedro Ramos - SRSePC), mas muito bem definido como um Serviço Hospitalar, com génese e organização Hospitalar, fazendo com que, quando um doente necessita dum internamento complementar a um tratamento, diagnóstico ou procedimento, e em determinadas condições clínicas e sociais, em regra “curto”, poderá ser dirigido para este serviço hospitalar que fisicamente não estará no seu Edifício, mas sim nos domicílios dos próprios doentes, aumentando a capacidade de internamento do hospital em tantas camas, quanto a sua capacidade de dar assistência aos doentes com equipas de médicos, enfermeiros e outros técnicos, todos eles hospitalares e, que em regra, têm oscilado entre as 5 e as 15 camas.

Criou-se uma Direção Regional, sem paralelo no governo central, que vai desenvolver políticas concentradas nas várias necessidades que os cidadãos têm, não só em termos de saúde e apoio social, como encarando a longevidade natural e desejável com maior acuidade, desenvolvendo políticas publicas que deem cobertura aos anseios e receios de todos os concidadãos, sejam jovens, ou idosos. E para a dirigir foi escolhida a Sra. Enfermeira Ana Clara Mendonça e Silva, doutorada em Saúde Pública, e que tem desenvolvido a sua atividade, desde a Direção dos Serviços de Promoção e Educação para a Saúde do Serviço Regional de Saúde (RAM), Vice-Presidência do IASaúde (RAM), Diretora de Serviço de Planeamento e Desenvolvimento Organizacional dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e nos últimos 3 anos e meio como adjunta da Vice-Presidência do GR para a Saúde, Segurança e inclusão Social e Cidadania, sendo desde dezembro de 2020 coordenadora da REDE – Cuidados Continuados Integrados, será certamente a pessoa melhor habilitada para a prossecução desta inovadora tarefa governativa de grande impacto no GR.

E se atentarmos na sua designação: Direção Regional para as Políticas Públicas Integradas (onde caberão aquelas que defino no início deste texto), como as outras da Longevidade e aqui entra um novo e bem distinto conceito de se integrar os velhos (facto indesmentível – em 2060 35% da população terá 65 ou mais anos – previsões do INE) permitindo ao GR implementar essas políticas de integração duma população envelhecida, mas com boas condições de vida, não só por via duma melhor política de Saúde, como também revendo e readaptando condições habitacionais, sociais, de mobilidade e de assimilação geracional que permitam uma boa conduta integracionista e condutora duma maior aproximação entre jovens, menos jovens e velhos, entre pobres, remediados e ricos, entre madeirenses e estrangeiros, entre TODOS, sem distinção de origens ou credos.

E para isso teremos toda uma nova dinâmica que as eleições autárquicas nos irão propor, sugerir e dar, num futuro próximo, onde os dinheiros da “bazuca” serão prioritariamente aplicados, incentivando iniciativas públicas e privadas de modo que venhamos a ter uma política inovadora e mais amiga dos velhos, dos sem-abrigo, dos carenciados, dos que precisam duma política verdadeiramente “social” e mais sensível.

A Senhora Professora nomeada, não terá uma tarefa fácil, mas será reconhecidamente uma tarefa necessária, imprescindível e possível!

Estou certo de que haverá vontade e força para a executar bem, desde que sejam alocados os meios financeiros necessários.