Mais de 200 detidos em protestos anticonfinamento na Austrália
Mais de 200 pessoas foram hoje detidas depois de violentos confrontos entre manifestantes que se opõem ao confinamento provocado pela pandemia de covid-19 e a polícia em Sidney e Melbourne.
De acordo com as autoridades policiais, sete polícias ficaram feridos e mais de duas centenas de pessoas foram detidas durante a manifestação, classificada de "violenta e ilegal" pela polícia do estado de Victoria num comunicado.
Em Sidney, mais de 1.500 polícias foram mobilizados, bloqueando estradas e detendo dezenas de pessoas entre as 250 presentes, indicou a polícia.
Os protestos anticonfinamento também aconteceram em Brisbane.
O estado de Nova Gales do Sul, onde se localiza Sidney, registou 825 novos casos nas últimas 24 horas, um recorde para o país, um dia após a prorrogação até ao final de setembro do confinamento da cidade, imposto em junho, para evitar a propagação da variante Delta.
"Não importa os esforços, mesmo se 99% das pessoas estejam a fazer o que é certo, há o elemento Delta que ninguém controla", afirmou aos jornalistas o primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian, para quem "o melhor meio para reencontrar a liberdade é assegurar a vacinação".
Um foco epidémico no estado de Victoria, onde Melbourne se localiza, também levou à prorrogação do confinamento em todo o estado.
Em Melbourne, milhares de pessoas expressaram hoje a sua cólera durante um protesto contra o confinamento, tendo a polícia usado gás lacrimogéneo durante os confrontos violentos com os manifestantes.
Desde o início da pandemia, a Austrália regista mais de 42.000 casos de covid-19 e 974 mortes, para uma população de 25 milhões de pessoas.
Além do confinamento imposto no final de junho em Sydney, as restrições foram estendidas a dois estados e à capital australiana, Canberra, afetando mais de 15 milhões de pessoas.
Até o momento, 30% da população recebeu as duas doses da vacina e a progressão da variante Delta coloca em risco os esforços para travar os contágios da covid-19.
A campanha nacional de vacinação acelerou nas últimas semanas, com as autoridades a estabelecer a meta de mais de 70% de vacinação para flexibilizar as restrições.