Por ti Bartolomeu
Nunca antes se poderia imaginar que um dos responsáveis pela colonização destas ilhas á mais de seis séculos, sendo inicialmente lhe sido assignado o cargo de capitão donatário da ilha do Porto Santo depois sogro dum dos maiores navegadores da história da humanidade, que ao longo de todos estes séculos continuaríamos sendo os ilhéus dependentes de tudo no que a subsistência diz respeito. A miséria que infelizmente para a grande maioria da sociedade actual continua, mesmo com outros contornos. Situações que este povo corajoso mas por vezes indeciso quanto a mudanças pois numa teimosia intrínseca sente uma enorme dificuldade em ultrapassar vícios, fanatismos, superstições, preconceitos e até convicções, daí que continuamos um povo totalmente dependente dos que se acham os administradores das mentalidades incautas, teimam em acreditar em todas as mentiras e sentem enorme dificuldade em interpretar a verdade. Conseguem deixar-se manipular por uma manancial de promessas que depois ficam apenas nisso, ( promessas)! Quando andam 4 anos em lamentos e indignações que rapidamente com meia dúzia de novas promessas que logo se desvanecem. Nunca imaginei que em 47 anos de democracia muitos ansiarem voltar ao que em tempos se chamou de ditadura e que apesar de não deixar saudades, muitas mais proibições existem atualmente em tempo de liberdade. Nunca imaginei ver por exemplo: em plena cidade um homem na mais humilhante degradação deitado no chão e mesmo ao lado um cão ao colo do dono sentados no café. Longe de achar o afeto ao animal de exagero, mas reprovando totalmente a sociedade que permite que seres humanos vivam em total estado de abandono. Para que uma sociedade seja mais justa e equilibrada não necessariamente seriam necessárias leis para tudo e proibições excessivas desde que a sociedade educasse os cidadãos para que fossem mais humanos, genuínos, sensíveis, afetivos, dignos, respeitosos, condescendentes, clementes, compassivos e bondosos, dispostos a estarem ao serviço da sociedade e substituíssem o egoísmo pela simplicidade e o protagonismo pela humildade. Por isso teremos de mudar de atitude e de comportamento para repor os valores da sociedade, restaurar a verdadeira democracia, restituir a dignidade e a honestidade onde a verdade seja um primordial valor e a mentira seja encarcerada se possível no mais profundo da consciência humana. Precisamos de gente com sabedoria, humildade, dignidade, que preserve valores fundamentais para resgatar a dignidade dos cidadãos. Afinal não foi este o modelo de democracia que a liberdade conquistou para servir os cidadãos e fazer com que possamos lutar afincadamente para que o Bartolomeu não se envergonhe das gerações precursoras nem dos seus antecessores. Continuarei e convido a que continuem a luta pelo projeto de defender a dignidade dos cidadãos e da sociedade dos valores mesmo que isso nos custe a nossa própria liberdade.
A.J. Ferreira