Madeira continua a ter o R(t) mais elevado do País
A Madeira é a região do País que apresenta o R(t) mais elevado, mantendo um cenário que já acontecia na semana passada, aponta o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
O número de reprodução efectivo, com respeito à evolução pandémica dos cincos dias de 11 a 15 de Agosto, era de 1,09.
Com valores acima de um estão, também, as regiões do Alentejo e Algarve, com 1,03 e 1,04, respectivamente. De acordo com o relatório de situação da evolução do número de casos de covid-19 em Portugal, para as demais regiões, foram estimados os seguintes valores de R(t): 0,97 na região Norte, 1,01 na região Centro, 0,97 na região de Lisboa e Vale do Tejo e 0,94 na região autónoma dos Açores.
Para o todo nacional, foi estimado um R(t) de 0,98. O relatório aponta que “Portugal apresenta a taxa de notificação acumulada de 14 dias entre 240 e 479,9 por 100.000 habitantes e R(t) inferior 1, ou seja, taxa de notificação muito elevada e com tendência decrescente”.
Já o último relatório de monitorização das linhas vermelhas para a covid-19, igualmente divulgado esta sexta-feira pelo INSA, dá conta de que “o número de novos casos de infecção por SARS-CoV-2/ covid-19, por 100 000 habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 312 casos, com tendência estável a nível nacional. Apenas no Algarve se observa uma incidência superior ao limiar de 480 casos em 14 dias por 100 000 habitantes (748)”. Na Região, essa incidência está nos 200 casos.
Situação com tendência favorável a nível nacional
A nível nacional a situação tende a estabilizar. Enquanto na Madeira é o grupo etário dos 10 aos 19 anos que tem demonstrado um crescimento de novos casos mais acentuado, no todo do País, o grupo etário com incidência cumulativa a 14 dias mais elevada correspondeu ao grupo dos 20 aos 29 anos (776 casos por 100 000 habitantes), apresentando uma possível tendência crescente.
Por outro lado, o grupo etário dos indivíduos com 80 ou mais anos apresentou uma incidência cumulativa a 14 dias de 135 casos por 100 000 habitantes, que reflecte um risco de infecção inferior ao risco para a população em geral, com tendência decrescente. Também na Região, esta faixa da população não tem registado muitas infecções.
Em comparação com os valores apresentados no relatório anterior de monitorização das linhas vermelhas para a covid-19, o valor médio do R(t) apresenta, agora, um aumento em todas as regiões: Norte de 0,91 para 0,97, Centro de 0,99 para 1,01, Lisboa e Vale do Tejo de 0,96 para 0,97, Alentejo de 1,01 para 1,03 e na região do Algarve de 0,94 para 1,04. Estes resultados sugerem, ainda assim, uma desacelaração da tendência decrescente da incidência, e o possível início de uma fase de crescimento da incidência nas regiões Alentejo e Algarve.
No caso da Madeira, a variação entre relatórios dá conta de um aumento de 1,04 para 1,09.
O INSA aponta que a imunização parcial da população pode levar ao aparecimento de novas variantes. "´É de esperar a ocorrência de mutações nos vírus ao longo do tempo, em resultado do processo da sua replicação, sobretudo em vírus RNA. A probabilidade de ocorrência destas mutações aumenta com a circulação do vírus na comunidade e com o número de indivíduos parcialmente imunizados, promovendo o aparecimento de variantes", revela o último relatório.
A variante Delta continua, de resto, a ser prevalente em todas as regiões do País, incluindo a Madeira, onde, há três semanas consecutivas, a totalidade de amostras madeirenses analisadas pelo INSA têm sido todas da variante associada à Índia.