Comportamento de jovens no Porto Santo é "inqualificável", diz Idalino Vasconcelos
O presidente da Câmara Municipal do Porto Santo considera que a atitude de alguns jovens de férias na ilha, relativamente às regras de prevenção da pandemia, é "inqualificável" e contribuiu para um aumento de casos de covid-19 naquele território.
"Foi inqualificável a atitude dos jovens, o que se passou no Porto Santo, e merece o total repúdio da Câmara Municipal", disse hoje Idalino Vasconcelos à agência Lusa.
Os mais recentes dados, divulgados quinta-feira pela Direção Regional de Saúde (DRS), indicam que no Porto Santo estavam diagnosticados 81 casos activos de covid-19.
A ilha tem uma população na ordem dos 5.000 residentes, mas nos meses de Verão, sendo um destino de férias procurado sobretudo pelos habitantes na ilha Madeira, chega a registar 30.000 pessoas no seu território.
O aumento de casos de covid-19 registado nos últimos dias levou as autoridades de saúde a criar um novo espaço de confinamento com 50 camas, no Pavilhão Multiusos, no centro da ilha, visto que a unidade hoteleira dedicada a esta tarefa, com 42 camas, tinha esgotado a sua capacidade.
Nas últimas semanas surgiram relatos sobre "comportamentos irresponsáveis" de muitos jovens que passam férias na ilha, com o registo de ajuntamentos, sem cumprimento das regras preventivas "entre a meia-noite e a 01:00, que é o recolher obrigatório, sobretudo junto aos bares", mencionou o autarca.
"Diariamente somos informados sobre os problemas de concentração de jovens, muitos deles menores, bêbados", apontou Idalino Vasconcelos, opinando que a situação se deve também à "falta de supervisão parental".
O autarca lamentou que este tipo de situações aconteçam "apesar dos apelos do município", porque prejudicam os residentes e comerciantes da ilha, além de afectarem a imagem do Porto Santo como destino turístico seguro.
"Foi pena não ter existido a ação pedagógica que foi pedida pela Câmara do Porto Santo às forças de segurança, tal como no ano passado", declarou, recordando que decorreram reuniões com as autoridades de fiscalização e segurança antes do período de férias e foi "garantido um reforço de policiamento".
Idalino Vasconcelos sublinhou que a situação na ilha "podia ser bem melhor se não houvesse a atitude irresponsável da maioria dos jovens" que ali estão de férias.
O município corrobora, por isso, a posição dos residentes que "têm manifestado a sua insatisfação".
Contudo, Idalino Vasconcelos referiu que se verificam episódios de desacatos em quase todos os destinos turísticos nesta altura do verão.
"É necessário que todos façam a sua parte e apelo aos jovens para que sejam mais responsáveis, apelo ao seu civismo e para que tenham mais consciência sobre a consequência dos seus actos", disse.
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, afirmou na segunda-feira que a situação no Porto Santo era "muito complicada" e anunciou que ia pedir uma maior intervenção das forças de segurança, nomeadamente com a aplicação de multas nos casos de incumprimento das regras preventivas.
A DRS refere que a ilha do Porto Santo registou um total de 201 infetados desde o início da pandemia, somando 120 doentes recuperados e um óbito associado à doença.
As autoridades de saúde da Madeira sinalizaram na quinta-feira 47 novos casos de covid-19 e 30 recuperações no arquipélago, sendo que o total de infecções activas no arquipélago é de 352, com oito doentes hospitalizados e 75 vítimas mortais.
A covid-19 provocou pelo menos 4.401.486 mortes em todo o mundo, entre mais de 209,9 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.613 pessoas e foram registados 1.012.125 casos de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e actualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.