Milhões no sul da Ásia em risco devido à crise climática, avança Unicef
As crianças do Afeganistão, Bangladesh, Índia e Paquistão estão entre aquelas que correm "maior risco" de sofrer os efeitos da crise climática no sul da Ásia, onde vivem 600 milhões de jovens, anunciou hoje a Unicef.
"Paquistão, Bangladesh, Afeganistão e Índia estão entre os quatro países do sul da Ásia onde as crianças correm um risco extremamente alto de sofrer os impactos da crise climática", alertou o Fundo das Nações Unidas para a Infância no primeiro relatório do tipo, que classifica os países com base na exposição das crianças às mudanças climáticas.
Na escala, o Paquistão está em 14º lugar, seguido pelo Bangladesh e Afeganistão, ambos em 15º, e a Índia, na 26ª posição.
Da mesma forma, Nepal (51º) e Sri Lanka (61º) estão entre os 65 países mais afetados do mundo.
Aproximadamente mil milhões de crianças vivem nos 33 países classificados como de "risco extremamente alto", mais da metade destas nos quatro países do sul da Ásia.
"Pela primeira vez, temos provas claras do impacto das mudanças climáticas em vários milhões de crianças no Sul da Ásia", disse o diretor da Unicef para esta região, George Laryea-Adjei.
Secas, inundações, poluição do ar e erosão dos rios em toda a região deixaram milhões de crianças desabrigadas, famintas e sem assistência médica, segundo a organização.
O diretor da Unicef sublinhou que é necessário investir em água, assistência médica e educação para proteger o futuro destas crianças dos impactos das alterações climáticas e do meio ambiente degradado.
As crianças do sul da Ásia estão em constante perigo de inundações e poluição do ar, de acordo com o relatório.
Os países desta região estão entre os mais vulneráveis do mundo aos impactos das mudanças climáticas.
Eventos extremos relacionados com o clima, como ondas de calor, tempestades, inundações, incêndios e secas, afetam mais da metade da população regional todos os anos, abalando também as economias regionais.
"As terríveis mudanças ambientais que estamos a ver em todo o planeta estão a ser impulsionadas por poucos, mas experimentadas por muitos no sul da Ásia", acrescentou Laryea-Adjei.
Os 33 países de risco "extremamente alto", incluindo os quatro no sul da Ásia, emitem em conjunto apenas 9% das emissões globais de dióxido de carbono (CO2), sendo que 70% dos gases tem origem em 10 países.