A culpa? É da PSP

Chegamos ao mês de agosto e é sempre a mesma coisa, as questões relacionadas com o vandalismo, a violência e a insegurança no Porto Santo são objeto de debate, de preocupação e de condenação, por parte de quase toda a sociedade civil, mas raramente as forças polícias se associam ao senso-comum.

Apesar de todas as evidências, o Comando Regional da Polícia de Segurança Pública, cuja função é precisamente o de prevenir a ocorrência de atos delinquentes, não sabe ou não consegue prevenir situações de desgaste, muito menos lidar com os problemas diários de forma direta e interventiva.

A juntar a esta incompetência, típica de quem não se prepara ou não tem a coragem de denunciar a falta de recursos humanos para acudir a tanto trabalho, alguns dos agentes policiais que são recrutados para trabalhar na Ilha Dourada nesta altura do ano preocupam-se mais, provavelmente, em gozar belos momentos na praia junto de amigos e familiares, que seguem normalmente o mesmo destino de viagem.

Não poderei, no entanto, misturar a árvore com a floresta, isto é, há agentes da PSP que se dignam a prestar um bom serviço público, mesmo que agastados com a atitude de outros colegas, que não se preocupam em ajudar, que viram a cara à luta perante os atos de vandalismo, à marginalidade, aos contínuos abusos que se assistem diariamente por parte de adolescentes arrogantes que se recusam a usar máscara, a cumprir o distanciamento ou o recolher cívico, sem festas clandestinas, que se ouvem a quilómetros de distância.

Ninguém sai ileso deste festival de horrores que todos nós conhecemos e que se repetem todos os anos em agosto no Porto Santo, sejam eles provocados por jovens rebeldes, pais desleixados ou empresários gananciosos, mas o maior culpado deste “estado de sítio” é o Comando Regional da Polícia de Segurança Pública, dos incapazes responsáveis pela salvaguarda da ordem pública que não sabem ou não querem lidar com problemas de pequena dimensão, mas que, escalados, se transformam em grandes pesadelos, mormente pelos crescentes casos de Covid-19 que não param de aumentar e preocupar. Tudo isto porque as forças policiais recusam-se a prestar um serviço público decente.

Sónia Queiroz