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Festa ilegal com milhares de jovens é encerrada em Itália depois de uma morte

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EPA/GIUSEPPE LAMI

Uma festa ilegal com cerca de 10 mil pessoas no centro de Itália foi encerrada e as pessoas começaram a deixar o local na noite de quarta-feira, após a morte de um participante, disseram hoje as autoridades locais.

Os milhares de jovens de vários países europeus que participaram na festa realizada de forma ilegal numa área privada das margens do Lago Mezzano, na região do Lácio, começaram a deixar a área após a polémica desencadeada pela festa e a morte de um participante.

De acordo com as forças de segurança que acompanharam a saída dos participantes e identificaram alguns destes, estão atualmente cerca de 250 pessoas na área, depois de os organizadores terem decidido encerrar a festa, que começou em 15 de agosto e chegou a reunir cerca de 10.000 pessoas.

O evento ilegal, que os organizadores esperavam continuar até ao próximo dia 23 de agosto, foi duramente criticado pelo autarca de Valentano (província de Viterbo), Stefano Bigiotti, por "comprometer a segurança de toda a comunidade local, não apenas pelos altíssimos riscos associados à emergência epidemiológica", mas também por possíveis danos ambientais.

Bigiotti expressou a esperança de que "os culpados desta iniciativa perversa e vergonhosa possam ser identificados e levados à justiça sem demora".

A polémica intensificou-se com a morte de um jovem ítalo-inglês, de 25 anos, cujo corpo foi encontrado por mergulhadores no lago.

Os amigos alegaram que o jovem havia entrado no lago durante a noite, referiram fontes policiais italianas.

Apesar da morte, a festa não parou e cinco dos participantes foram hospitalizados por excesso de álcool e uso de drogas.

Além disso, de acordo com o jornal La Repubblica, houve três denúncias de violações e foram avistados cães que morreram de calor e fome.

Um dos hospitalizados testou positivo para o novo coronavírus, acrescentou o jornal.

Políticos como o líder da Liga, Matteo Salvini, pediram que a ministra do Interior italiana, Luciana Lamorgese, seja responsabilizada por não ter agido diante dessa situação "totalmente descontrolada".

O diário La Repubblica citou o delegado do Governo em Viterbo, Giancarlo Sant'Elia, que explicou que "a retirada foi impossível, visto que os milhares de participantes estavam espalhados por uma área de 30 hectares".

Agora, a autarquia terá que enfrentar a limpeza do terreno e avaliar os danos.

"A guarda florestal disse-nos que haveria muito lixo. Mas como é que um município de três mil habitantes cuida do lixo que 15 mil deixaram para trás? Não temos recursos", lamentou o autarca de Valentano.