Calado diz ser alvo de “campanha eleitoral baixa... suja, negra, de difamação"
As críticas do candidato à autarquia do Funchal, pela coligação PSD/CDS, fazem eco numa entrevista concedida, esta quinta-feira, ao DN de Lisboa, na qual Pedro Calado diz sentir na pele os efeitos de uma campanha eleitoral menos correcta, sobretudo desde que anunciou que estava na 'corrida' ao Funchal.
“O que eu tenho sentido na pele, desde que tomámos as rédeas da governação, desde 2017 até agora, e sobretudo depois de ter anunciado que seria o candidato à Câmara do Funchal, aquilo que tenho assistido e visto por parte do principal partido da oposição, o PS aqui na Madeira, e dos partidos que fazem a sua coligação, são muitas tentativas de fazer uma campanha muito baixa... e suja”. Pedro Calado, encabeça a candidatura do 'Funchal Sempre à Frente'
Ainda assim, apesar de todos os entraves, o ex-vice-presidente do Governo Regional, que foi exonerado do cargo na passada segunda-feira, a pedido, para se dedicar a “200%” à campanha para devolver o Funchal aos sociais-democratas, agora numa coligação com os centristas, está confiante. Aliás, sobre esta matéria, a derrota em 2013 para a Coligação Confiança, Calado tem uma explicação.
“Julgo que o que esteve na base, em 2013 e 2017, para perdermos a Câmara do Funchal foi essencialmente o facto de termos saído de uma disputa muito grande, interna, dentro do partido, do PSD. Recordo que as eleições internas que antecederam as autárquicas de 2013 foram muito competitivas, depois de quase 40 anos de domínio de um só homem dentro do PSD-Madeira, o Dr. Alberto João Jardim. Nós tivemos eleições com seis candidatos internos e isso dividiu muito as hostes. Aquilo que se fez depois de 2017 foi a união do partido, a junção das várias fações que existiam dentro do partido”.
Daí que, neste momento, esteja certo de que “com o partido mais unido” e com a coligação “que nós temos com o CDS”, a candidatura ‘Funchal Sempre à Frente’ tenha “todas as condições para mostrar à população que queremos pôr a cidade do Funchal como ela era até 2013. Uma cidade que ganhava prémios de excelência, prémios ambientais, prémios na área da cultura, do comércio, do investimento... Hoje tudo isso se perdeu”.
Pedro Calado refere-se ainda ao momento económico regional, ele que era até agora o ‘homem-forte’ das finanças da Região Autónoma da Madeira, para dizer que “a economia, neste momento, já não está só sustentada no turismo” e que “também por força do desenvolvimento do Centro Internacional de Negócios, temos vindo a desenvolver o conceito de tecnologia e ciência que têm estado muito associados ao desenvolvimento e à formação de estudantes universitários. E hoje são muitas as empresas que estão ligadas à tecnologia e à ciência que trabalham a partir da Madeira para todo o mundo e que já representam entre 12% e 13% do nosso PIB, o que é muito significativo”. Além destas, destacar ainda a aposta regional em sectores como “a economia do mar, a aquacultura, todas as áreas ligadas ao sector marítimo, à construção naval”.
Nas suas declarações, na mesma semana em que reassumiu que o objectivo é a liderança da autarquia do Funchal, Pedro Calado aproveitou para realçar as excelentes relações com o Dr. Alberto João Jardim.
“A prova disso é que quando vim para o governo regional, em 2017, fiz uma aproximação a todo o nosso partido. Aliás, a pessoa que veio trabalhar comigo como chefe de gabinete foi o chefe de gabinete do Dr. Alberto João Jardim. Ele tem estado comigo variadíssimas vezes, trocamos opiniões, falamos, de vez em quando almoçamos ou jantamos juntos. Ele esteve aqui na abertura da sede de campanha, vai estar no próximo sábado no nosso comício de apresentação de todos os candidatos e dialogamos muitas vezes. A única diferença é que o nosso candidato em Câmara de Lobos convidou o Dr. Alberto João Jardim para ser seu mandatário”. Pedro Calado, candidato ao Funchal, fala sobre as boas relações com Alberto João Jardim