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Talibãs permitem acesso de cidadãos dos EUA ao aeroporto de Cabul

Foto: EPA/Staff Sgt. Ryan Brooks / US Air Force
Foto: EPA/Staff Sgt. Ryan Brooks / US Air Force

O Chefe do Estado-Maior dos EUA, General Mark Milley, disse hoje que os talibãs estão a permitir aos cidadãos norte-americanos acesso ao aeroporto de Cabul, para deixarem o Afeganistão.

"Os talibãs estão a facilitar a passagem segura de cidadãos [norte-]americanos para o aeroporto, ou seja, detentores de passaportes" dos Estados Unidos, afirmou o General Mark Milley.

Mas a evacuação de diplomatas, outros estrangeiros e afegãos que trabalharam para os norte-americanos continua em condições difíceis em Cabul, que caiu nas mãos dos talibãs, segundo a agência de notícias francesa AFP.

Uma enorme ponte aérea foi posta em curso desde domingo, com aviões de todo o mundo a chegarem ao aeroporto de Cabul, cujos acessos são controlados pelos talibãs e que foi tomado por pessoas que querem asilo noutro país.

Depois de tomarem 30 de 34 capitais provinciais em apenas dez dias, os talibãs entraram em Cabul no domingo, quase sem encontrarem resistência das forças de segurança governamentais, proclamando o fim da guerra e a sua vitória, o que assinalou o seu regresso ao poder no Afeganistão 20 anos após terem sido expulsos pelas forças militares dos Estados Unidos e seus aliados da NATO.

Foi o culminar de uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares estrangeiras, cuja conclusão estava agendada para 31 de agosto.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista, que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, considerado o autor moral dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

Depois de terem governado o país de 1996 a 2001, impondo uma interpretação radical da 'sharia' (lei islâmica), teme-se que os extremistas voltem a impor um regime de terror, reduzindo a zero ou quase os direitos fundamentais das mulheres e das raparigas, embora estes tenham já assegurado que a "vida, propriedade e honra" vão ser respeitadas e que as mulheres poderão estudar e trabalhar.