Mundo

Ministros da UE solidários com Letónia, Lituânia e Polónia por pressão migratória

Foto:  Sergei SUPINSKY / AFP
Foto:  Sergei SUPINSKY / AFP

Os ministros dos Assuntos Internos da União Europeia (UE) manifestaram hoje solidariedade para com os Estados-membros afetados pela pressão migratória na fronteira com a Bielorrússia, nomeadamente Letónia, Lituânia e Polónia, comprometendo-se a agir "urgentemente" para evitar travessias ilegais.

Numa declaração divulgada no final da videoconferência extraordinária solicitada pela Lituânia para discutir a pressão migratória na fronteira deste país com a Bielorrússia, a presidência eslovena do Conselho da UE e os países europeus expressam "a sua solidariedade para com os Estados-membros afetados pela situação atual, em particular a Letónia, Lituânia e Polónia, e reconhecem os seus esforços para gerir as chegadas ilegais e proteger as fronteiras externas da UE".

"A situação atual suscita preocupação e requer uma vigilância contínua e uma ação coordenada urgente para evitar mais travessias ilegais", refere a tomada de posição divulgada depois do encontro realizado à distância, no âmbito do Mecanismo Integrado de Resposta Política a Situações de Crise.

Na nota, os países da UE "condenam uma vez mais veementemente e rejeitam a utilização da pressão migratória pela Bielorrússia, a sua contribuição para a organização da fronteira ilegal a passagem para a Lituânia, bem como para a Polónia e a Letónia, e as suas tentativas de instrumentalização seres humanos para fins políticos".

"Este comportamento agressivo, que surge como uma prática recorrente de vários países terceiros, é inaceitável e equivale a um ataque direto com o objetivo de desestabilizar e pressionar a UE", criticam.

Para os ministros europeus, a UE "necessitará de mais considerar a sua resposta a estas situações a fim de aumentar a sua eficácia e dissuadir quaisquer tentativas futuras de instrumentalizar a migração ilegal desta forma".

A Lituânia, bem a como a vizinha Letónia e a Polónia, tem enfrentado nos últimos meses um afluxo de imigrantes iraquianos, na sua maioria provenientes da Bielorrússia, com os países bálticos a acusarem o regime de Alexander Lukashenko de estar a encorajar este fluxo migratório, como forma de retaliação contra as sanções europeias contra Minsk, na sequência do desvio de um avião de passageiros para prender um jornalista dissidente.

Na semana passada, o parlamento lituano deu 'luz verde' à construção de uma cerca ao longo da sua fronteira com a Bielorrússia, um projeto orçado em 152 milhões de euros, embora tenha havido uma redução da entrada ilegal de migrantes desde que o Iraque suspendeu os seus voos para a Bielorrússia, após pedidos da UE e da Lituânia.

Também na semana passada, a Comissão Europeia anunciou uma ajuda de emergência de 36,7 milhões de euros à Lituânia, para ajudar a melhorar a capacidade de acolhimento face ao "número excecional" de migrantes ilegais que chegam desde a Bielorrússia, mas rejeitando financiar com fundos europeus a construção de muros ou barreiras, ainda que entenda a necessidade das autoridades lituanas e reforçarem a sua fronteira.

Nos últimos meses, já entraram ilegalmente na Lituânia desde a Bielorrússia cerca de 4.000 pessoas, tendo a pressão migratória aparentemente diminuído desde que o Iraque suspendeu os voos para Minsk, já que muitos dos imigrantes que entravam em solo da UE eram iraquianos.

Nesta reunião dos ministros do Interior da UE foi ainda abordada a situação no Afeganistão, com os países a comprometerem-se a preparar-se para uma possível pressão migratória.