2.000 pessoas retiradas do país nas últimas 24 horas
O Pentágono anunciou hoje que 2.000 pessoas, incluindo 325 cidadãos norte-americanos, foram retiradas do Afeganistão em 18 voos nas últimas 24 horas, três dias após os talibãs terem tomado o poder no país.
O porta-voz do Pentágono, John Kirby, referiu que os militares norte-americanos ainda estão a trabalhar para o objetivo de retirar do país um máximo de entre 5.000 e 9.000 pessoas por dia.
Segundo Kirby, os militares norte-americanos disseram que estão regularmente em comunicação com os talibãs para ajudar a transportar civis afegãos até ao aeroporto e também para agilizar o processo burocrático, incluindo para afegãos que se candidataram a Vistos de Imigração Especiais.
O porta-voz do Departamento de Defesa norte-americano acrescentou que as tropas norte-americanas têm disparado tiros de alarme no perímetro do aeroporto como medida de controlo das multidões.
Neste momento, há, precisou Kirby, 4.500 efetivos dos Estados Unidos no terreno, encarregados da segurança do aeroporto e de ajudar à ponte aérea e é aguardada a chegada de várias centenas mais nas próximas 24 horas.
Depois de tomarem 30 de 34 capitais provinciais em apenas dez dias, os talibãs entraram em Cabul no domingo, quase sem encontrarem resistência das forças de segurança governamentais, proclamando o fim da guerra e a sua vitória, o que assinalou o seu regresso ao poder no Afeganistão 20 anos após terem sido expulsos pelas forças militares dos Estados Unidos e seus aliados da NATO.
Foi o culminar de uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares estrangeiras, cuja conclusão estava agendada para 31 de agosto.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista, que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, considerado o autor moral dos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001.
Depois de terem governado o país de 1996 a 2001, impondo uma interpretação radical da 'sharia' (lei islâmica), teme-se que os extremistas voltem a impor um regime de terror, reduzindo a zero ou quase os direitos fundamentais das mulheres e das raparigas, embora estes tenham já assegurado que a "vida, propriedade e honra" vão ser respeitadas e que as mulheres poderão estudar e trabalhar.