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Dois mortos em vasto incêndio que continua activo na Côte d'Azur, em França

Foto: RFI
Foto: RFI

Duas pessoas morreram no incêndio que continua hoje a agravar-se no interior de St. Tropez, na Côte d'Azur, o maior fogo deste verão em França, numa das zonas mais turísticas do país.

Entre as duas vítimas, "há pelo menos um homem", disse o presidente do departamento de Var, Evence Richard, numa conferência de imprensa no posto de comando em Le Luc, no sul do país.

Um inquérito foi aberto sobre a descoberta de um corpo carbonizado em Grimaud, uma aldeia nas montanhas de Maures.

"Nenhum elemento nos pode permitir dizer se se trata de um homem ou mulher. A habitação foi completamente destruída pelo fogo", afirmou a procuradora Patrice Camberou.

Além disso, 24 pessoas sofreram também ferimentos ligeiros, incluindo cinco bombeiros, segundo o autarca.

No terceiro dia do incêndio, 1.200 bombeiros estão mobilizados.

Os ventos estão constantemente a mudar, mas Evence Richard admitiu ter "alguma esperança de que na próxima noite as coisas acalmem", apesar de não ter certezas, instando a população a "ficar em casa" e recordou-os que a "evacuação é feita" só quando houver ordem para isso.

Desde segunda-feira, o incêndio, que começou perto de uma estação de serviço de autoestradas, cobriu 6.375 hectares, segundo os bombeiros, numa região conhecida pelas florestas de sobreiros e vinhas.

A porta-voz do corpo de bombeiros destacou que, apesar da destruição significativa da massa florestal e do facto de pelo menos uma centena de casas terem sido afetadas, as consequências poderiam ter sido muito mais graves, especialmente em termos humanos.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, que passa férias em Fort Brégançon, a poucas dezenas de quilómetros do incêndio, foi na terça-feira ao centro de controlo de bombeiros e lembrou que a França não teve este verão situações idênticas a outros países, nomeadamente Grécia, Turquia, Argélia ou Marrocos.

Macron sublinhou que embora fenómenos como este não sejam novos na região, quando há uma longa estiagem e ventos fortes, com o aquecimento global existe o risco de que sejam mais frequentes e ocorram em zonas do norte de França, mesmo ao norte do rio Loire, onde até agora não sucediam.

Até à data, a França tinha sido relativamente pouco afetada pelos incêndios que devastaram milhares de hectares e fizeram dezenas de vítimas em países mediterrânicos desde a Turquia até à Argélia.