Mundo

Voos europeus retiraram refugiados afegãos nas últimas horas

None

França, Itália e a Alemanha realizaram nas últimas horas voos para retirar do Afeganistão cidadãos nacionais e afegãos, enquanto um avião da Lufthansa com 130 refugiados a bordo já aterrou no aeroporto de Frankfurt proveniente da capital do Uzbequistão.

Durante a última noite saiu de Cabul, com destino a Tachkent, capital do Uzbequistão o terceiro voo militar alemão A400M com 139 pessoas a bordo, entre as quais cidadãos alemães e de outros países europeus, bem como afegãos que mais tarde vão ser transportados para a Alemanha, refere um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Berlim. 

A companhia comercial Lufthansa confirmou o apoio à missão de retirada integrando-se na organização da "ponte aérea" entre Tachkent e Doha, no Qatar.

Até ao momento, as Forças Armadas alemãs que retiraram dois grupos de pessoas em ligações aéreas entre Cabul e o Uzbequistão preveem realizar mais quatro voos nas próximas horas.

"A missão do Exército alemão é clara, retirar o maior número de pessoas enquanto seja possível", disse na terça-feira a ministra alemã da Defesa, Annegret Kramp-Karrenbaeur. 

Durante a noite, a França retirou de Cabul 216 pessoas, entre às quais 184 afegãos, membros "da sociedade civil que precisavam de proteção", indica um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.

A ligação aérea realizou-se entre o Abou Dabi e a capital do Afeganistão.

A operação permitiu retirar igualmente 25 cidadãos franceses "e os afegãos que se encontravam na cave da embaixada de França em Cabul", especificou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian.

A Itália retirou 85 pessoas, sobretudo colaboradores afegãos e familiares e que chegam hoje a Roma.

Os 85 passageiros embarcaram no aeroporto de Cabul num aparelho que tinha descolado do Kuwait.

Os refugiados vão ser depois transportados de Cabul para o Kuwait e depois para Roma. 

O governo italiano prevê realizar mais dois voos hoje para retirar 150 pessoas.

A retirada de afegãos e estrangeiros, que se encontravam no Afeganistão, precipitou-se desde domingo, quando as forças talibãs tomaram o poder em Cabul instaurando o Emirado Islâmico.

O avanço das forças talibãs intensificou-se desde maio, quando começou a retirada das forças dos Estados Unidos.

A retirada dos militares norte-americanos foi negociada em fevereiro de 2020.