Bolsonaro reafirma que pedirá afastamento de dois juízes do Supremo brasileiro
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, reafirmou hoje que apresentará ao Senado um pedido de afastamento dos juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que vêm adoptando medidas judiciais contra o mandatário.
"Essa semana tenho novidades, dentro das quatro linhas da Constituição, temos novidades pela frente. Vou entrar com pedido de impedimento dos juízes no Senado, colocar lá. O que o Senado vai fazer? Está com o Senado agora, é independência", disse Bolsonaro em entrevista à rádio Capital Notícia, de Cuiabá.
"Não vou agora tentar cooptar senadores, de uma forma ou de outra, oferecendo uma coisa para eles, etc, para votar o 'impeachment' deles", acrescentou.
No último sábado, Bolsonaro já tinha informado, nas suas redes sociais, que entraria com um pedido de afastamento dos dois magistrados, a quem acusa de violar a Constituição brasileira.
"Todos sabem das consequências, internas e externas, de uma ruptura institucional, a qual não provocamos ou desejamos. De há muito, os juízes Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do STF, extrapolam com actos os limites constitucionais. Na próxima semana, levarei ao Presidente do Senado um pedido para que instaure um processo sobre ambos, de acordo com o art. 52.º da Constituição Federal", escreveu o Presidente no Twitter.
Bolsonaro citou assim o artigo da Constituição que permite ao Congresso abrir juízos políticos de destituição a magistrados.
Jair Bolsonaro é actualmente alvo de cinco processos no Supremo Tribunal Federal e um na Justiça Eleitoral pelos seus ataques ao sistema eleitoral, por divulgar um documento sigiloso, por defender a difusão de mensagens antidemocráticas, por uma suposta ingerência na Polícia Federal e por alegada prevaricação na compra de vacinas contra a covid-19.
"Nós continuamos dentro das quatro linhas da Constituição. Do lado de lá, já saíram das quatro linhas, em alguns momentos já saíram. A gente espera que volte para a normalidade. Ninguém quer uma ruptura. Uma ruptura tem problemas internos e externos", avaliou o chefe de Estado durante a entrevista que concedeu hoje.
O Presidente do Brasil reforçou que para o próximo dia 07 de setembro estão previstos, por todo o país, atos em defesa da "democracia, liberdade e contra a interferência de alguns magistrados na seara de outro Poder".
Bolsonaro não confirmou, porém, se participará nas manifestações.
"Temos de ouvir o povo, a voz do povo que tem que dar o norte para nós. Não podem alguns poucos juízes, algumas poucas autoridades, se tornarem donos do mundo, donos da verdade", afirmou.