“Nem todos têm como ir à vila da Ponta do Sol”
Nesta 'Volta à Ilha' conheça a freguesia dos Canhas, no concelho da Ponta do Sol. Por lá abundam alguns serviços, mas outros "fazem tanta falta"
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Há serviços essenciais que fazem falta aos moradores dos Canhas, na Ponta do Sol. O balcão de um banco é uma das prioridades. “Têm feito muita falta”, dizem os moradores, que são forçados, possam ou não possam, a ir à vila da Ponta do Sol para resolver assuntos financeiros e outros.
A falta de serviços e de oportunidades para os jovens e o excesso de velocidade nas acessibilidades centrais encabeçam as reclamações dos moradores na freguesia dos Canhas, concelho da Ponta do Sol. As obras pontuais que a Câmara Municipal da Ponta do Sol tem feito são úteis, mas ficam aquém do necessário. É preciso mais numa localidade que é marcada pelo comércio, os serviços e a actividade agrícola.
E a propósito de serviços, daqueles que foram retirados da freguesia, como é o caso do balcão do Santander, e que vão agudizar as dificuldades, há quem reivindique, para colmatar a falha, um balcão da Caixa Geral de Depósitos, uma instituição que sendo pública tem outras responsabilidades para com a população.
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“Tirar os bancos daqui foi a tristeza total. Para a população seria muito útil ter estes serviços mais próximo. Nem todos têm como ir à vila [da Ponta do Sol]”, aponta Ana Marques, que diz que também seria útil um balcão permanente do Instituto de Segurança Social da Madeira. “Só dois dias por semana não conseguem dar resposta a todas as pessoas. Já sem contar que nem sempre o sistema informático está sempre a bloquear”, o que leva a adiar ou a nova deslocação.
Georgina Andrade está há mais de 40 anos nos Canhas, depois de um período em que esteve emigrada com o marido na Venezuela. Para esta moradora há dois grandes problemas na zona, um que se prende com o excesso de velocidade nas estradas principais e outro com a necessidade de maior vigilância das autoridades.
Lembra que na Venezuela, muitos vizinhos, alguns até portugueses, tinham medo quando viam a polícia. Ela, pelo contrário, sempre se sentiu “mais segura” com as passagens frequentes das autoridades. “Precisamos de mais vigilância”, pede, lembrando que a população idosa tem mais receios, sobretudo em locais por onde passam muitas pessoas, de dentro e de fora do concelho.
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Para outra moradora, emigrante luso-descendente, que há 9 anos reside na freguesia, o grande problema é a falta de oportunidades, para os jovens e ao nível do emprego. Na sua área, ligada à estética, apenas conseguia “trabalhos temporários” ou a “ganhar à comissão” o que se tornava muito difícil. “Nem chega a dar um salário mínimo e com casa, água, luz e outras despesas para pagar”. A solução foi abrir uma empresa em nome próprio. “Tenho de cumprir as minhas obrigações, mas pelo menos sei com o que conto”.
No geral, os moradores apontam que a freguesia está bem servida de outros serviços, que facilmente se encontra “de tudo um pouco”, mas claro que compete aos políticos eleitos fazerem as melhores opções por cada localidade.