ONU diz que há mais de 550.000 deslocados no Afeganistão e pede ajuda humanitária
A Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR) afirmou hoje que mais de 550.000 pessoas no Afeganistão fugiram de suas casas devido ao conflito desde o início deste ano e apelou a ajuda humanitária.
Uma atualização da situação publicada pela ACNUR, organização com sede em Genebra, na Suíça, mostra que cerca de 126.000 pessoas foram deslocadas no mês anterior a 09 de agosto, a data mais recente para a qual há dados disponíveis.
Uma porta-voz da ACNUR disse que embora a situação dentro do Afeganistão seja fluida, "por enquanto a deslocação é, em grande parte, interna".
"É necessário apoiar a resposta humanitária no país", disse Shabia Mantoo à Associated Press.
"Se virmos movimento transfronteiriço, será necessário apoio adicional fora do país também", acrescentou.
A agência continua a ter funcionários internacionais e afegãos no local, disse ainda a porta-voz da ACNUR.
Os talibãs entraram hoje em Cabul, apesar das garantias iniciais de que só avançariam para o interior da capital afegã após uma transição pacífica de poder, avançou a agência EFE que testemunhou a presença dos insurgentes na cidade.
Os talibãs divulgaram, entretanto, que entraram na capital afegã para controlar possíveis situações de roubo e de pilhagem após o recuo e a fuga das forças de segurança governamentais afegãs.
O presidente Ashraf Ghani abandonou hoje o Afeganistão, segundo informações avançadas pelo ex-vice-presidente do país Abdullah Abdullah e por dois responsáveis das autoridades afegãs.
A ofensiva talibã teve início em maio, após começar a retirada final das tropas estrangeiras do país.
Desde então os talibãs assumiram o controlo da maior parte das províncias do Afeganistão sem encontrar muita resistência e o governo afegão já prometeu uma transição de poder pacífica.