Quo vadis PSP
A PSP é a força de segurança que mais queixas regista no País. Os dados são da Inspeção Geral da Administração Interna e ajudam a explicar, por exemplo, o que se passa por estes dias no Porto Santo, onde a atuação dos agentes da Polícia de Segurança Pública tem deixado muito a desejar.
O problema não é de agora mas, infelizmente, agudiza-se de ano para ano, pela arrogante postura de muitos dos agentes e, também, por causa da arrogância de quem está no comando, que se recusa a conceber planos eficazes contra os abusos que diariamente se assistem no areal.
Não sou contra as operações Stop, apesar de nestes dias se repetirem de forma ridícula, mas o mais grave é a forma atentatória e a postura de alguns agentes da PSP, que chegam a mandar parar a mesma viatura duas, três vezes num só dia, enquanto os meninos e meninas das mamãs e dos papás que são largados, como bombas, no Porto Santo e continuam a provocar o caos, a andar fora de horas, a partir o que encontram sem que nada lhes aconteça.
Já fui jovem, já fiz asneiras - quem nunca as cometeu? - mas a minha geração, salvo alguns anormais, sempre foi respeitadora. Hoje, apesar das exceções, a juventude recusa-se a cumprir as normas em vigor, como o uso da máscara, o distanciamento ou o recolher cívico. E o que fazem os agentes da PSP, que deveriam fiscalizar, sinalizar e nunca abdicar da ordem pública? Inspecionam os carros. Pior, nas horas de maior aperto ninguém os vê.
É verdade que a educação tem de começar em casa, que muitos pais não conhecem os "bandidos" que lá moram, mas a PSP não se pode desculpar com estes argumentos. Existe para impor a lei e a ordem, o que tem faltado no Porto Santo. Sempre no mês de Agosto, o mês em que os agentes e quem os comanda parecem mais preocupados com “fait-divers”, com o acessório e com o bronze.
Emanuel Camacho