Por que morrem pessoas vacinadas com Covid-19
A morte do actor brasileiro Tarcísio Meira, aos 85 anos, vítima de Covid-19 depois de ter tomado, em Abril, duas doses da vacina Coronavac, lançou novo debate sobre a eficácia das vacinas. Tarcísio Meira foi diagnosticado com a doença a 6 de Agosto e acabou por não resistir à doença.
Os estudos clínicos demonstraram que as vacinas aprovadas contra a Covid-19, como a brasileira Coronavac, são seguras e eficazes, mas a morte do actor brasileiro trouxe o debate novamente para o centro da mesa: Afinal, por que algumas pessoas vacinadas contra a Covid-19 morrem com a doença?
É isso que o jornal Folha de São Paulo lembra na edição de hoje: as vacinas não têm eficácia total contra a Covid-19, como aliás acontece com qualquer outra vacina ou tratamento. As vacinas servem, sobretudo, para evitar quadros de doença severa, internamentos hospitalares e mortes.
Mas isso não significa que o vírus não seja transmitido, sobretudo nos casos assintomáticos, e por isso mesmo é que pessoas já totalmente vacinadas podem contrair o novo coronavírus, ficar doente e morrer. O que acontece, de acordo com a evidência científica actual, é que esta incidência é muito menor do que nos não vacinados.
Por terem um sistema imunitário mais frágil, os mais velhos correm maior risco e isto acontece com as vacinas fabricadas por todos os laboratórios – demonstrou um estudo realizado na Alemanha que se debruçou, sobretudo, na análise à vacina da Pfizer e que apontou uma quantidade inferior de anticorpos neutralizantes em pessoas com mais de 80 anos em comparação com as que tinham 60 anos ou menos.
O que também não pode ser esquecido, é a taxa de contágio do novo coronavírus em cada local, nem a circulação de variantes do vírus, com diferentes actuações no organismo. Depois, é ainda necessário avaliar o estado de saúde de cada doente, bem como se padece de doenças crónicas – como diabetes, hipertensão, doenças cardíacas ou obesidade, que agravam o quadro da infecção. E nem sempre é divulgado quando alguém sofre de alguma doença crónica, além da infecção do novo coronavírus.
Daí que os cientistas meçam a verdadeira eficácia das vacinas através de estudos da população.
Por exemplo, no Brasil, o resultado dos estudos da vacina Coronavac indicam uma queda de 95% do número de óbitos, uma diminuição de 86% nos internamentos e de 80% nos casos sintomáticos.