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Congresso brasileiro destitui deputada acusada de matar marido

Foto DR
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O plenário da Câmara dos Deputados brasileira destituiu hoje do cargo de deputada federal a pastora evangélica Flordelis dos Santos de Souza, acusada de mandar matar o marido em cumplicidade com alguns dos seus filhos.

A destituição de Flordelis foi aprovada com 437 votos a favor e apenas sete contra, pouco mais de dois anos após o assassínio de Anderson do Carmo, seu marido e também pastor, alvejado com 30 tiros à porta da casa onde os dois moravam no Rio de Janeiro.

As investigações levaram a polícia brasileira a acusar Flordelis de ser a mandante do crime que terá ocorrido em razão de disputas financeiras com o marido.

Segundo testemunhas que prestaram declarações à polícia brasileira no âmbito da investigação, a Comunidade Evangélica Município da Cidade do Fogo, fundada por Flordelis, motivou disputas entre o casal e era também o local onde se realizavam rituais de sangue e orgias em que a própria deputada destituída participava, com os seus fiéis e alguns membros da sua família.

Flordelis, de 60 anos, adotou Anderson do Carmo, 18 anos mais jovem, quando era adolescente.

Em 1994, casaram-se e juntos planearam uma carreira que projetou a ex-deputada, primeiro como cantora 'gospel' e depois como pastora evangélica.

A pastora decidiu então tentar a sorte na política e em 2018 foi eleita deputada federal pelo Partido Social Democrata (PSD), que apoiou a candidatura do atual Presidente, Jair Bolsonaro, que tem dezenas de pastores evangélicos na sua base.

Protegida por imunidade parlamentar, Flordelis não foi presa depois de acusada dos crimes de homicídio qualificado, associação criminosa, falsificação ideológica e documental, além de tentativa de homicídio.

Na sua última declaração na Câmara dos Deputados para se defender das acusações, Flordelis pediu hoje que o povo a julgue.

"Sei que sou inocente e vou provar isso. Mas deixem-me ser julgada pelo povo e, se for o caso, retirada deste lugar pelo povo", declarou pouco antes da votação que lhe retirou o mandato.

Os deputados que votaram pela cassação de Flordelis concordaram com as razões apontadas pelo relator do processo no Conselho de Ética, o deputado Alexandre Leite.

Segundo Leite, a parlamentar não conseguiu provar a sua inocência, tentou usar o mandato para cooptar um dos seus filhos para assumir a autoria do crime, era a única da família com recursos para comprar a arma do crime e também teria abusado de prerrogativas parlamentares.

Sete dos 55 filhos de Flordelis (51 deles adoptados) e uma neta foram detidos e são suspeitos de envolvimento no crime.