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“Pequenas reivindicações” que fariam “grande diferença” na qualidade de vida

Na Madalena do Mar há potencial por aproveitar. Os moradores sabem disso e lamentam a falta de atenção das entidades públicas.

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Nesta 'Volta à Ilha' passamos pela freguesia da Madalena do Mar. Os seus fregueses não pedem muito, mas o que pedem acreditam que fará a diferença. Mais transportes públicos, mais limpeza nos contentores do lixo e apoios que cheguem a tempo e horas aos empresários são algumas das reivindicações.

Uma rede de transportes públicos eficiente é um dos muitos anseios dos fregueses da Madalena do Mar, na freguesia da Ponta do Sol. “Dizem que tem pouca população e que não vale a pena. Mas acho mal. Então não são empresas de transporte público?”, questiona Ina Silva, que há quase duas décadas se debate com este problema.

“Nem toda a gente tem carro” e “aqui só passa um autocarro de manhã e um à noite”, lamenta, dizendo que isso a obriga, a ela e a tantas outras pessoas, a andar a pé durante muito tempo, o que ainda é pior quando chove. “E ando nisto há 18 anos”. De vez em quando, se os horários coincidirem, ainda conta com a boleia do marido, “mas nem sempre é possível”.

As filhas de Margarida Cardoso foram para o ensino superior, no Funchal, mas “com muito esforço. Foi uma vida”. Esta moradora no sítio do Torreão, há já 24 anos, lembra que muitas as “pequenas vezes voltavam a casa para mudar de roupa”, porque até à paragem ficavam encharcadas. “Eu acho que a gente merece mais uma paragem de camioneta” e autocarros com mais frequência.

Mais limpeza na zona da promenade, na frente-mar, e junto à praia onde proliferam mato e canavieira são outras das reivindicações. A Junta de Freguesia alega que a zona em causa não é da sua competência. “Falei com o presidente da Junta e ele diz que não é com ele”. Os turistas são os primeiros a apontar o dedo a esta questão, numa freguesia que consideram de grande beleza. “Os estrangeiros passam aqui e dizem: a Madalena é bonita, mas está muito desprezada”.

No que ao sector de bar e restauração diz respeito, Gregório Graterol, proprietário da Taberna da Madalena, considera que há mercado para toda a gente. A freguesia, sobretudo a frente-mar, tem vindo a ganhar muitos espaços de restauração. “Uns gostam, outros não gostam, mas os clientes bem servidos voltam sempre”.

Pior está em relação aos apoios. Ainda não recebeu o layoff, apesar de ter entregue a documentação há meses. “Estive fechado, mas não fui à falência. Dei no duro, eu, a minha mulher e os meus filhos...”, lamentando ainda que os “barões tomem posse de tudo” ao mesmo tempo que os pequenos empresários lutam para subsistir.

No conhecido Bairro dos Pescadores, à entrada da freguesia, a senhora Maria aponta o dedo à limpeza dos contentores do lixo. Há recolha, mas ninguém limpa os contentores, que são cada vez mais usados, até pelos veraneantes que agora escolhem a freguesia para fazer praia e passar férias. “É uma podridão que vem dos contentores e que entra pelas casas adentro”, lamenta. Uma situação que se repete em outros pontos de recolha.

Há ainda outro aspecto que revolta esta freguesa. Algumas casas do bairro, outrora de habitação social, foram vendidas e servem agora para alojamento local. “Era melhor que tivessem ‘dado’ as casas a quem precisa”.

E ainda que o túnel tenha retirado tráfego ao centro da Madalena do Mar, é preciso intervenção ao nível da velocidade e do barulho, que prejudica moradores e negócios. Uma sugestão passa por criar lombas em toda a estrada na frente-mar...