Sete pessoas morrem de fome em barco à deriva 22 dias até atingir Quénia
Sete pessoas, incluindo uma mulher grávida, morreram de fome depois de navegarem à deriva 22 dias e ao longo de mais de 1.100 quilómetros entre as ilhas Comores e a costa do Quénia, revelou a guarda costeira queniana.
A embarcação, que tinha no total 15 pessoas, deixou a ilha comoriana de Nzduawani com o objetivo de atingir o território francês de Mayotte, revelaram os sobreviventes.
A viagem no oceano Índico para a outra ilha tem uma duração normal de dois dias, mas o barco perdeu a hélice logo após a partida e os ventos empurraram a embarcação na direção de Malindi, na costa do Quénia, a 1.100 quilómetros de distância, revelou o relações públicas da guarda costeira do país africano, Kenneth Sabila.
"Eles estavam à deriva e não tinham como controlar o barco", salientou a mesma fonte, acrescentando que navegaram ao 'sabor' das ondas durante 22 dias.
Os oito sobreviventes tiveram que atirar ao mar os corpos dos mortos, membros da sua família, de forma a manterem o barco estável, explicaram estes ao jornal queniano Daily Nation.
Os sobreviventes conseguiram salvar-se comendo peixe cru e bebendo água do mar, tendo sido encontrados, inconscientes e desidratados, por pescadores locais na segunda-feira.
"A marinha queniana enviou auxílio médico para tratar dos sobreviventes", referiu ainda Kenneth Sabila, destacando que as autoridades do Quénia entraram em contacto com responsáveis nas Ilhas Comores.
As tragédias associadas à imigração ilegal neste arquipélago são frequentes.