A arrogância da polícia do aeroporto

Sonhei. Sonhei que a polícia era diferenciada.

Que era educada para saber falar com os cidadãos.

Sonhei com o dia em que as pessoas que se escondem atrás da farda para se porém em bicos de pés e se intitularem de “autoridade”, fossem humildes para simplesmente representarem a autoridade e a lei.

Sonhei que aquelas pessoas de 1,52m que parecem ter 2,10m com o fato da polícia, fossem enormes com e sem farda.

Sonhei que a educação chegasse a todos.

Sonhei que a voz da autoridade e o autoritarismo fossem iguais para mim, para um qualquer professor, para o presidente do governo regional ou para a mãe do dono da farda de polícia do aeroporto.

Sonhei que a polícia conduzia e liderava a população pelo seu exemplo.

Sonhei com o polícia simpático de sorriso fácil e que é uma das primeiras montras da nossa ilha.

Sonhei. Mas era só um sonho.

Afinal a primeira imagem que temos são pessoas de cara fechada, que se escondem atrás de uma farda, que ameaçam e que andam à caça da multa.

Afinal o sonho não existe porque nem todos têm acesso ao básico da boa educação. Felizmente continuo a poder sonhar. E a viajar. E a constatar que há bons polícias em aeroportos de cidades desenvolvidas que transpiram simpatia e boa disposição.

Tudo isto foi imaginado e sonhado. Claro que era impossível dar de caras com um polícia antipatico, rude e ameaçador no aeroporto Cristiano Ronaldo.

Filipe Sousa