Mais de 2.300 euros para recuperar Padrão dos Descobrimentos em Lisboa
A limpeza do 'graffiti' inscrito no domingo no Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, foi concluída pelas 00:15 de hoje e custou 2.300 euros acrescido do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), disse hoje à Lusa a empresa municipal EGEAC.
"Esta operação teve um custo de 2.300 euros + IVA que será assegurado pela EGEAC [Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural]", indicou a empresa municipal de Lisboa, sem dispor de informações sobre a investigação que está a ser desenvolvida pela Polícia Judiciária (PJ), ainda que já tenha sido identificada uma cidadã estrangeira como suspeita da autoria do 'graffiti' no Padrão dos Descobrimentos.
A ação de limpeza do 'graffiti' começou ao início da tarde de segunda-feira, após peritagem no local pela PJ, e "foi concluída pouco depois da meia-noite, pelas 00:15", informou a EGEAC.
Questionada sobre a necessidade de instalar câmaras de videovigilância no Padrão dos Descobrimentos, a empresa municipal de Lisboa referiu que o monumento "tem sistema de videovigilância no interior" e "tem segurança, que faz rondas no exterior regularmente".
"Este monumento está também incluído nos circuitos da Polícia Municipal, com rondas periódicas, que serão agora reforçadas", revelou a EGEAC, em resposta escrita à agência Lusa.
A Lusa questionou ainda a Câmara Municipal de Lisboa para saber se, após a conclusão da investigação da PJ, vai pedir para ser ressarcida do valor gasto para a limpeza do 'graffiti' e, uma vez que a suspeita deste crime de dano qualificado contra o Padrão dos Descobrimentos, segundo a mesma polícia, "já terá praticado atos da mesma natureza similar noutros locais", tem conhecimento de que outros dos atos de vandalismo praticados por esta mulher foram também na capital, aguardando ainda uma resposta.
Segundo a PJ, "até ao momento, foi identificada como suspeita da prática dos factos uma cidadã estrangeira, que já terá praticado atos da mesma natureza similar noutros locais e que, entretanto, se ausentou do território nacional", mas "a investigação prossegue com a adoção das medidas processuais adequadas à situação".
Na segunda-feira, a Câmara Municipal de Lisboa informou, através de uma nota publicada no seu 'site', que o Padrão dos Descobrimentos, monumento localizado na freguesia lisboeta de Belém, que havia sido vandalizado no domingo, começou a ser limpo ao início da tarde, "após a conclusão das investigações no local pela Polícia Judiciária".
Segundo a autarquia, que assumiu a limpeza do monumento, com um 'graffiti' de cerca de 20 metros, "todos os atos de vandalismo contra o património coletivo da cidade são inadmissíveis".
Na segunda-feira, fonte da EGEAC afirmou que a autarquia já tinha contactado uma empresa especializada que deveria ter começado a remover a inscrição na manhã desse dia, o que não aconteceu devido a um contacto da PJ, que manifestou intenção de enviar uma equipa para investigar o local.
"A PJ está a fazer perícias no local. Estamos prontos a avançar, assim que a PJ concluir a investigação, com essa operação de limpeza em segurança", disse à Lusa fonte da EGEAC.
O Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, foi vandalizado no domingo com um 'graffiti' numa das laterais do monumento, com uma extensão de cerca de 20 metros e escrito em inglês, disse à Lusa a Polícia de Segurança Pública (PSP).
Na mensagem lê-se, em inglês, "Blindly sailing for monney [sic], humanity is drowning in a scarllet [sic] sea lia [sic]", o que, numa tradução livre, pode ser lido em português como "Velejando cegamente por dinheiro, a humanidade afunda-se num mar escarlate".
A ocorrência foi registada pela PSP cerca das 11:30 de domingo, tendo o facto sido comunicado à Câmara Municipal de Lisboa, que tutela o monumento.
O 'graffiti' foi feito por desconhecidos, não havendo qualquer suspeito identificado, disse na altura à Lusa o oficial de serviço da PSP.
Projetado pelo arquiteto Cottinelli Telmo, o Padrão dos Descobrimentos foi construído para a Exposição do Mundo Português, de 1940, mas foi refeito em betão armado e pedra rosal de Leiria, entre 1958 e 1960, tendo sido inaugurado em janeiro desse mesmo ano, no V Centenário da morte do Infante Dom Henrique.