Moradores da Tabua pedem solução para a ETAR e mais apoio à população idosa
Neste domingo a 'Volta à Ilha' passa pela freguesia da Tabua, no concelho da Ribeira Brava
Numa terra que tem registado uma forte aposta no imobiliário, bem como na agricultura, os fregueses pedem uma resposta rápida para problemas antigos. "Cores políticas" à parte, a prioridade é o bem-estar da comunidade local. Falta saneamento básico, mais limpeza de caminhos e veredas e pavimentar algumas estradas que "estão uma vergonha".
Não é a única reivindicação dos moradores da Tabua, mas uma solução para a Estação de Tratamento de Águas Residuais está claramente nas prioridades. O mau cheiro que resulta da ETAR tem prejudicado sobretudo os residentes no sítio da Praia, mas também todos aqueles que usam a rede viária para aceder a outros concelhos da zona Oeste.
Cores políticas à parte “já era tempo de resolver o problema”, diz Leontina Tal-Or, que deixa também alguns reparos à questão do saneamento básico. “Há muitos sítios da freguesia, zonas altas, que não têm rede de saneamento básico e as pessoas queixam-se e com razão”.
Numa freguesia que até registado algum desenvolvimento, nomeadamente ao nível habitacional, esta freguesa, que esteve durante alguns anos emigrada, e agora gere algumas unidades de alojamento local, adianta que é preciso uma intervenção urgente na pavimentação. "Há estradas que estão uma autêntica vergonha, com vários buracos e com os carros a terem de se desviar a toda a hora".
Em relação às estradas também chovem críticas à limpeza. Críticas que se estendem às veredas e levadas, numa freguesia que até tem potencial para o turismo, nomeadamente com a Levada Nova.
Por outro lado, e apesar da resposta ao envelhecimento da população estar contemplada com o lar de idosos, que oferece ainda uma valência para jovens, a sua directora, Leontina Santos, explica que é preciso uma intervenção mais alargada. “Há uma diferença grande entre a procura e a oferta, mas é uma coisa que ultrapassa a realidade do nosso concelho. É um problema regional esta falta de lugares nos lares”. Aliás, as freguesias da Ribeira Brava e da Tabua, com dois lares, até registam uma boa oferta. “À qual se juntará o centro de Alzheimer”.
O que é preciso, até por causa da orografia da freguesia, é personalizar o atendimento ao domicílio. Os próprios transportes públicos não respondem às necessidades das pessoas idosas, mas que ainda querem permanecer nas suas casas. “Há um grupo de pessoas nessas condições e não têm qualquer apoio”, afirma.
Mas nem tudo vai mal. No que diz respeito à água de rega houve algumas melhorias. "Agora rega-se de 15 em 15 dias e as levadas já não perdem tanta água", diz um outro freguês, que destaca o crescimento da actividade agrícola, nomeadamente banana e cana-de-açúcar.
Igual realce para o sector da construção privada e do imobiliário. Os terrenos da zona estão a ter boa procura, não apenas de residentes, mas também do mercado estrangeiros. "O problema é o preço das casas. São preços para os pobrezinhos", ri-se.
Independentemente de quem está no poder, o que importa, dizem, é resolver os problemas que afectam os fregueses.