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Fundação Mandela e Amnistia Internacional aplaudem detenção de ex-presidente Jacob Zuma

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Foto EPA/Yeshiel Panchia

A Fundação Nelson Mandela e a Amnistia Internacional aplaudiram a detenção do ex-presidente Jacob Zuma, condenado a 15 meses de prisão por desrespeitar uma ordem judicial para testemunhar sobre alegada corrupção generalizada durante o seu mandato.

A Fundação Nelson Mandela disse estar satisfeita por Zuma se encontrar sob custódia dos serviços prisionais, criticando, no entanto, o antigo chefe de Estado por não "cumprir o prazo estabelecido pelo Tribunal Constitucional, continuando assim um padrão de desrespeito pelo Estado de direito" e pela "democracia constitucional".

A organização considerou que "a vontade do Sr. Zuma de promover a violência pública e a ilegalidade em apoio a agendas políticas e pessoais é extremamente perigoso no contexto de um país onde o Estado de direito está sob cerco em vários níveis".

"É importante que o Sr. Zuma e os seus simpatizantes sejam responsabilizados", salientou.

Por seu lado, a Amnistia Internacional na África do Sul considerou que "o devido processo deve seguir o seu curso, e que a Constituição e a lei sejam respeitadas".

Na ótica da organização não-governamental britânica, a "entrega" às autoridades do ex-presidente Zuma "demonstra que ninguém está acima da lei na África do Sul".

"O respeito pelo Estado de direito é essencial para a promoção e proteção dos direitos humanos e deve ser defendido sem medo ou favorecimento", salientou, em comunicado, a organização, apelando à "contenção e calma".

O ex-presidente sul-africano foi transportado da sua residência em Nkandla pela segurança presidencial, na noite de quarta-feira, no limite do prazo que a polícia tinha para executar o mandado de prisão emitido na semana passada pelo Tribunal Constitucional, para o Centro Correcional de Estcourt, uma prisão ultramoderna, próximo de Nkandla, província do KwaZulu-Natal.

Zuma, de 79 anos, que liderou o Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) de 2007 a 2017, foi considerado culpado por não obedecer à ordem do tribunal para comparecer perante a comissão que investiga alegações de corrupção no Estado sul-africano durante o seu mandato presidencial de 2009 a 2018.

Paralelamente, o antigo presidente está também a ser julgado num caso que investiga acusações de corrupção, branqueamento de capitais e fraude, relacionadas com um negócio de armas multimilionário, assinado no final dos anos de 1990, na altura em que exerceu o cargo de vice-presidente da República (1999-2005) no mandato do ex-presidente Thabo Mbeki.