Portugueses em França pedem intervenção do Governo para amenizar possíveis restrições
A comunidade portuguesa em França está "consciente" de que planos de Verão podem mudar devido à situação pandémica em Portugal, mas pede ao Governo português que dialogue com o executivo francês de forma a amenizar possíveis medidas.
"Os portugueses estão conscientes de que podem ter de alterar os planos de férias para ir a Portugal. Mas há um papel junto do ministério, a nível da diplomacia para trabalhar estas questões e evitar que isto possa acontecer", disse Rui Barata, conselheiro das Comunidades Portuguesas na região de Estrasburgo, em declarações à Lusa.
O anúncio de hoje do secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Clément Beaune, a "desaconselhar" viagens a Portugal, dando a entender que a França vai impor medidas restritivas sobre essas viagens, sobressaltou a comunidade portuguesa em França que prepara as férias de Verão agora que o ano escolar terminou.
Rui Barata estima que o movimento de pessoas entre França e Portugal possa atingir até 500 mil pessoas no Verão, algo relevante para a economia portuguesa, mas também para os emigrantes e lusodescendentes que não vêem a família há mais de um ano.
"Acho que é legítimo o receio de que o vírus, a variante Delta, venha para França. Vamos esperar para ver quais são as medidas que vão ser anunciadas. Até lá, é prematuro falar porque não sabemos quais as repercussões para a nossa comunidade", indicou Carolina Amado, conselheira das Comunidades Portuguesas na região de Toulouse.
Segundo a Embaixada de Portugal em França, até qualquer novo anúncio do Governo francês, "vigora o que já foi anunciado pela senhora secretária de Estado no Portal das Comunidades Portuguesas, não havendo por enquanto qualquer indicação de implicações no regresso".
O conselho de Berta Nunes, que há duas semanas esteve em Paris, foi que os portugueses se vacinassem de forma a apresentarem um passe sanitário europeu válido e para poderem circular dentro do país.
De forma a regressarem ao país, Carolina Amado, conta que muitas pessoas da comunidade organizaram a toma da vacina para poderem partir 14 dias depois da última dose.
Apesar de diferentes solicitações, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês ainda não respondeu à Lusa quando as medidas serão anunciadas e quais podem vir a ser impostas.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.004.996 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 185 milhões de casos de infecção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente feito pela agência France-Presse.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em Março de 2020, morreram 17.135 pessoas e foram registados 899.295 casos de infecção, de acordo com a Direcção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e actualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, a Índia ou a África do Sul.