Portugal considera educação como ponto "estratégico" na cooperação com Moçambique
O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Francisco André, considerou hoje em Maputo o setor da educação "estratégico" na cooperação com Moçambique, assinalando a importância desta área no desenvolvimento humano.
Francisco André falava durante a assinatura de um protocolo para a criação do Centro de Língua Portuguesa na Universidade Eduardo Mondlane (UEM) e de um protocolo de renovação da Cátedra de Português Língua Segunda e Estrangeira.
Referindo-se à importância dos dois instrumentos, André destacou a posição central da educação na cooperação com Moçambique, enfatizando que o setor será uma prioridade no próximo Programa Estratégico de Cooperação (PEC), a ser assinado entre os dois governos, em cimeira a decorrer até ao final deste ano.
"Aquilo que nós queremos para o futuro é basear as nossas relações também no setor da educação", porque é também e sobretudo "o caminho para o progresso dos países", frisou.
Essa aposta constitui um contributo importante para o desenvolvimento socioeconómico, acrescentou.
O reitor da UEM, Orlando Quilambo, salientou que os entendimentos hoje rubricados vão promover o reforço da cooperação entre Moçambique e Portugal na área da educação, saudando os ganhos até agora alcançados nas relações entre os dois países no setor.
"A UEM tem laços de cooperação com muitas instituições portuguesas, desta universidade saíram alguns colaboradores nossos que foram responsáveis pela criação de algumas instituições portuguesas, sobretudo as novas, e temos muitos moçambicanos que se formaram em mestrado e doutoramento, tanto em Moçambique como em Portugal", como resultado das relações bilaterais, ressalvou Orlando Quilambo.
O Centro de Língua Portuguesa Camões/UEM, que vai funcionar nas instalações da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da universidade moçambicana - implementado com o apoio do Camões, Instituto da Cooperação e da Língua -, vai permitir criar um Centro de Recursos especializado e beneficiar diretamente professores e estudantes de graduação e pós-graduação na área da língua portuguesa, nomeadamente no ensino e tradução.
A Cátedra de Português Língua Segunda e Estrangeira, cuja vigência Camões e UEM hoje renovaram, surgiu em 2008 e tem contribuído para difundir e promover estudos sobre a língua portuguesa e produzir ferramentas e materiais destinados ao ensino da língua portuguesa como língua não materna.