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Bielorrússia vira-se para outros continentes para contornar sanções europeias

A UE impôs sanções económicas à Bielorrússia no passado mês de Junho

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O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, apelou hoje a uma maior cooperação com a América Latina, Ásia e África para compensar os danos causados à economia do país pelas sanções da União Europeia (UE).

"São economias que crescem dinamicamente, mercados com capacidade de pagamento, são verdadeiros concorrentes das actuais superpotências e não nos cobram nada nem nos ensinam a viver. É preciso avançar mais activamente para onde nos querem e para onde estão dispostos a dialogar com respeito", disse Lukashenko.

Além das possibilidades de aumentar o comércio com a Rússia, aliada estratégica da Bielorrússia, o Presidente defendeu o comércio com países como a China, Vietname, Índia e Paquistão, aos quais acrescentou os países da África, América Latina, Golfo Pérsico e Médio Oriente.

A UE impôs sanções económicas à Bielorrússia no passado mês de Junho, como resposta à escalada de violações dos direitos humanos e por causa da repressão violenta da sociedade civil, da oposição democrática e da imprensa.

As sanções - que também respondem ao sequestro de um avião em Minsk, no mês passado, para deter o jornalista Román Protasevich e a sua namorada -- incluem medidas de restrição ao comércio de produtos de petróleo e potássio, entre outras punições económicas.

Na altura, o Presidente da Bielorrússia pediu ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para recorrer contra essas sanções e para preparar um pacote de contra-sanções, alegando que a Bielorrússia deveria "reagir activamente a qualquer atitude hostil".

Entre as medidas propostas pelo Presidente está a limitação de trânsito de mercadorias provenientes da Alemanha e de outros países europeus, bem como um aumento de fiscalização da actividade de empresas ocidentais a operar no país.

Ao mesmo tempo, Lukashenko voltou a ameaçar deixar de travar o fluxo de imigração ilegal em direcção à Europa, especialmente com destino à Lituânia, como resposta às sanções da UE.

"Se alguém pensa que encerraremos a fronteira com Polónia, Lituânia, Letónia e Ucrânia e que nos tornaremos um albergue de refugiados do Afeganistão, Irão, Iraque, Líbia, Síria e Tunísia, está enganado", avisou o Presidente bielorrusso.

Na semana passada, a guarda de fronteira da Lituânia deteve 150 migrantes ilegais de países terceiros provenientes da Bielorrússia, o dobro do número detido em 2020.

A Lituânia declarou estado de emergência, na passada sexta-feira, para tentar travar a chegada de imigrantes ilegais oriundos da Bielorrússia e pediu ajuda nessa tarefa à Frontex, a Agência Europeia da Guarda Costeira e de Fronteiras.