Em Câmara de Lobos descura-se a segurança
O problema já se arrasta há vários anos, entretanto agudizado com os últimos temporais de 2021. Na Entrada 2, no Caminho da Caldeira, Cabo Girão, um muro em blocos de frágil construção, com a extensão aproximada de oito metros de comprimento e três de altura, ameaça colapsar sobre uma vereda de acesso à Levada do Norte onde transitam muitos naturais e estrangeiros. As pronunciadas fissuras e a considerável inclinação anunciam o seu derrube e consequente sepultura dos utentes que possam estar a passar na hora errada.
A 21 de Julho de 2014, a Câmara Municipal de Câmara de Lobos foi alertada para a situação de perigo iminente da dita parede no sentido de obter uma solução para o caso em apreço. A 18 de Março de 2015 é dada uma resposta a dizer que “ o proprietário foi notificado para proceder a obras de conservação, de forma a dotar o mesmo das condições de segurança necessárias”. Dado que a notificação aos proprietários não surtiu efeito, desta vez a Junta de Freguesia de Câmara de Lobos foi contactada telefonicamente no dia 5 de Janeiro de 2016 e informada do assunto em apreço. Num email enviado, nessa data, à mesma Junta de Freguesia, foram disponibilizados os dados da reclamação e respetiva resposta dada pela Câmara Municipal a propósito do polémico muro. Refira-se a propósito que as Juntas de Freguesia superintendem à conservação e segurança desses percursos públicos pelo que devem desenvolver esforços de modo a garantir a salvaguarda do bem-estar e segurança dos utentes da mesma vereda.
Estamos já em 2021 e o problema mantém-se ainda mais agravado pela crescente deterioração do muro. Aguarda-se, sem demora, uma atuação célere e musculada contra aqueles que descuram a segurança dos demais. Se os proprietários notificados demitem-se das suas obrigações haverá outras alternativas por forma a garantir a segurança a que todos têm direito. A própria Câmara dispõe de mecanismos conducentes à solução do caso: implementar por conta própria a correção do muro encaminhando posteriormente a factura da reparação aos legítimos donos do muro em questão.
Oxalá este caso não volte à imprensa a dar conta de uma catástrofe e fatalidade que se adivinham inevitáveis caso não sejam tomadas medidas enérgicas face à gravidade da situação com a devida responsabilização de quem tem vindo a descurar impunemente a segurança das pessoas. Aguarda-se um desfecho feliz para o caso.
António Sousa