Von der Leyen destaca seis meses de presidência portuguesa "bem-sucedidos" mesmo com dificuldades
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou hoje a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), durante o primeiro semestre deste ano, como "incrivelmente bem-sucedida", apesar das dificuldades relacionadas com a pandemia.
O primeiro-ministro, António Costa, preside hoje a uma cerimónia de balanço da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, com o ministro dos Negócios Estrangeiros e a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias.
Numa mensagem em vídeo transmitida na ocasião, Ursula von der Leyen agradeceu a António Costa "por uma presidência incrivelmente bem-sucedida" e "por todo o trabalho realizado".
"Quero destacar que, durante esta pandemia, alguns tópicos não teriam sido tão bem-sucedidos sem vocês como foram com a vossa presidência, como por exemplo a estratégia de vacinação" contra a convid-19, assinalou a responsável.
E exemplificou: "Lembro-me muito bem de ter dito que temos de começar juntos no dia 27 de dezembro. E fizemo-lo e passámos por todas as dificuldades juntos e é aqui que vê se existe ou não uma equipa quando se passa pelas dificuldades".
Numa altura em que uma média de mais de 60% da população adulta da UE recebeu pelo menos uma dose da vacina anticovid-19 e que perto de 40% tem a vacinação completa, Ursula von der Leyen adiantou ser agora possível "colher juntos os frutos" da estratégia de inoculação.
Já desde a passada quinta-feira está em vigor na UE o certificado digital covid-19 comprovativo de testagem, recuperação ou vacinação, criado para facilitar a circulação no espaço comunitário, e cuja colaboração de Portugal para a sua implementação foi também destacada pela líder do executivo comunitário.
Na mensagem, Ursula von der Leyen assinalou o "tempo recorde" para concretização do documento.
Também em "tempo recorde" foi adotada a decisão de ratificação dos recursos próprios, que deu aval à Comissão Europeia para ir aos mercados e começar a angariar verbas para financiar o fundo de recuperação económica pós-crise da covid-19, indicou.
"Normalmente, se olharmos para as outras decisões de recursos próprios que são ratificadas, isso leva em média cerca de dois anos, pelo que vocês o fizeram em cinco meses. Obrigada", concluiu Ursula von der Leyen.
Intitulada "Balanço da presidência portuguesa do Conselho da UE", a cerimónia decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, com mensagens em vídeo também dos presidentes do Parlamento Europeu, David Sassoli, do Conselho Europeu, Charles Michel.
A quarta presidência portuguesa da UE terminou a 30 de junho, passando o testemunho à Eslovénia, à frente do Conselho da UE nos próximos seis meses.
O semestre português foi encerrado, na quarta-feira passada, com a Cimeira da Recuperação, organizada pelo Ministério das Finanças e que juntou em Lisboa ministros europeus, comissários, eurodeputados e especialistas para debater a reforma da economia europeia após a pandemia de covid-19 e o modelo de governação económica da UE.
Na cimeira de líderes europeus de 24 e 25 de junho, António Costa apresentou perante os homólogos um balanço da presidência portuguesa, destacando que Portugal cumpriu o lema que definiu como "Tempo de agir": "Era tempo de agir a agimos", afirmou.