Candidata do Chega quer "mostrar que é possível fazer mais e melhor" em Machico
A técnica superior da Administração Pública da Madeira Magna Costa, que foi militante do PSD, é a candidata do Chega em Machico e diz pretender "mostrar que é possível fazer mais e melhor" neste concelho.
"Abracei este projeto porque me identifico e porque encontrei alternativa a respostas que não estava a encontrar a nível do partidarismo no PSD", disse a cabeça de lista à agência Lusa, salientando que "não é ainda filiada" no Chega.
Magna Costa, que é a única mulher que encabeça uma das cinco candidaturas que o Chega apresentou até ao momento na Madeira, cumpriu dois mandatos na assembleia de freguesia de Machico, o primeiro pelo PSD e, no segundo, tornou-se independente, por discordar da postura de "colocar os interesse partidários à frente dos da população" que elege os seus representantes.
"Muitas pessoas entram no partido [PSD] apenas por militância, como profissão, sem pensar nos objetivos do bem público. Acabam por chumbar propostas, algumas com valor, apenas por chumbar, porque o autor é um partido da oposição", criticou.
Por "não se identificar com várias questões organizativas", nem "com esse tipo de comportamentos" e considerar que "as pessoas estão a destruir o partido [e que] há que repensar a organização", decidiu "dizer chega" e desfiliou-se do PSD.
Sobre os grande problemas que, no seu entender, o concelho de Machico enfrenta, enunciou a "falta de emprego, de promoção de competitividade e do empreendedorismo como instrumentos que podem alavancar o desemprego.
"Se houver condições para o empreendedorismo e forem criadas facilidades nos apoios, vão ser criadas mais empresas que vão promover mais emprego", argumentou.
Para a candidata, "a educação é outra necessidade, porque não tem havido solução na ótica da formação" e "nem todos têm condições para ter acesso à formação à distância".
Magna Costa defendeu que é necessário "estudar com as entidades com valências a criação de ações formativas para desempregados em áreas com necessidades no concelho", além de apostar na "reforma da formação do trabalho digital" que é uma das áreas do futuro.
No setor social, a candidata destacou a importância de "seguir uma estratégia municipal mais alargada", em colaboração com as várias entidades nesta área, e "criar uma equipa multidisciplinar para cruzar dados e dar uma resposta mais eficiente".
Magna Costa referiu ainda que está a existir "sobreposição de ajudas a umas famílias, enquanto outras acabam por ficar de fora", reforçando que, devido à crise provocada pela pandemia de covid-19, "passou a haver mais problemas sociais".
Nascida a 03 de setembro de 1981, a cabeça de lista apontou que um bom resultado nas eleições autárquicas "seria a eleição do Chega e o partido fazer uma mudança" em Machico, porque a atual governação não "conseguiu dar e encontrar as respostas e soluções" necessárias.
"Queria fazer essa mudança, ser a primeira candidatura em terreno municipal, para mostrar que é possível fazer mais e muito melhor", salientou.
A candidata acrescentou que o seu objetivo é ser, pelo menos, "a segunda força política em Machico, retirar a maioria da atual governação [PS] e obrigar à negociação com os restantes elementos" da vereação.
"O compromisso do Chega é trabalhar para todos, ser solução e não para ser mais do mesmo", concluiu
O atual executivo municipal de Machico, concelho localizado na zona leste da ilha da Madeira, é composto por quatro eleitos do PS, incluindo o presidente Ricardo Franco, e três do PSD sem pelouros.
O município tem 21.828 habitantes (Censo 2011) e ocupa uma área de 68,31 quilómetros quadrados, sendo constituído pelas freguesias de Machico, Caniçal, Porto da Cruz, Santo António da Serra e Água de Pena.
No concelho de Machico, até ao momento foram oficialmente anunciadas as candidaturas de Ricardo Franco (PS), Norberto Maciel Ribeiro (PSD/CDS-PP), Pedro Carvalho (CDU), António Nóbrega (IL) e Carlos Costa (JPP).
As eleições autárquicas realizam-se em 26 de setembro.