Empregado de escritório é candidato do Chega em Câmara de Lobos
O empregado de escritório Marco Ferro, com formação na área da contabilidade, e sem qualquer experiência de militância partidária, aceitou o desafio de se estrear na política como cabeça de lista do Chega em Câmara de Lobos.
"Não tenho experiência e esta é a primeira vez que enveredo pela política. Nunca fui militante de qualquer partido", disse o candidato à agência Lusa, acrescentando que se filiou no Chega "há mais de um ano".
Nascido a 04 de setembro de 1979, Marco Ferro reside neste concelho contíguo a oeste do Funchal, e aceitou este desafio quando lhe foi "endereçado o convite para esta candidatura" por "identificar-se com as ideias do partido" e "atendendo às dificuldades em conseguir pessoas na Madeira" para integrar as listas do Chega.
O Chega apresentou, até ao momento, candidaturas em cinco dos 11 concelhos da Região Autónoma da Madeira, nomeadamente Funchal, Câmara de Lobos, Santa Cruz, Machico e Ribeira Brava.
"Nunca tive antes interesse pela vida política", vincou, adiantando ter sido motivado pelos problemas verificados atualmente, uma realidade marcada pela "dificuldade na obtenção de emprego, a alta carga fiscal, o aumento dos impostos" e outras situações que considera afetarem gravemente a vida das pessoas.
Sobre os problemas que identifica em Câmara de Lobos, começou por sublinhar que, apesar do trabalho desenvolvido, "existem sempre aspetos que podem ser melhorados", razão pela qual se prontificou a "dar o contributo".
Na área social, apontou que este concelho tem "um alto índice populacional e as pessoas têm muitas carências, sendo ajudadas com subsídios".
No seu entender, é necessário atuar "no sentido de saber se há quem esteja a receber ajudas a mais, superior ao que deviam, enquanto existem outros a receber de menos".
"A pandemia da covid-19 levou a que os problemas se agravassem", vincou.
Também indicou que existem muitas pessoas neste município com "problemas de alcoolismo e toxicodependência, o que não é uma realidade exclusiva de Câmara de Lobos", uma evidência pública não se coaduna "com o cartaz turístico" que é necessário divulgar.
"Câmara de Lobos é um concelho com valências a nível turístico e não faz sentido atrair pessoas quando temos um cartaz que não é o melhor", complementou.
A nível económico, salientou que "os últimos dois anos foram problemáticos para as empresas conseguirem manter os postos de trabalho e o nível de fatura anterior ao da pandemia", defendendo ser necessário "ver de que forma poderão ser ajudados para recuperar este tempo perdido".
No seu entender, é ainda preciso "fomentar o emprego", propondo ajudas para as empresas que criem postos de trabalho, e apostar na "criação da empregabilidade para que as pessoas não fiquem a contar só com as ajudas da Segurança Social".
Para Marco Ferro, um bom resultado nas eleições autárquicas de 26 de setembro "seria o Chega contribuir para retirar a maioria que o PSD sempre deteve no concelho" e o partido "pudesse conseguir desenvolver o seu trabalho e ideias".
O candidato considerou que "este objetivo é possível tendo em conta o bom resultado atribuído ao Chega nas sondagens", pelo que declarou confiar que pode "merecer a confiança da população, embora seja "uma tarefa hercúlea conseguir substituir todas as forças políticas".
Com cerca de 52 quilómetros de superfície, Câmara de Lobos é o segundo mais populoso da Madeira com aproximadamente 40 mil habitantes, dos quais 45% são jovens com menos de 25 anos.
É composto pelas freguesias de Câmara de Lobos, Estreito de Câmara de Lobos, Curral das Freiras, Jardim da Serra e Quinta Grande.
O atual executivo municipal é composto por sete elementos, dos quais cinco são sociais-democratas, liderados por Pedro Coelho. O PS e o CDS têm um representante cada.
Até ao momento está também oficialmente anunciadas a candidaturas de Pedro Coelho (PSD), Amílcar Figueira (CDS), Jacinto Serrão (PS), Miguel Ganança (JPP) e Marco Fernandes (CDU) neste