Obra “Acreditar e vencer” pretende “abrir os olhos à sociedade e falar de inclusão”
O livro da médica madeirense, Luísa Abreu dos Santos, “Acreditar e vencer - A médica que superou a morte” foi apresentado, esta tarde, no Porto Recreio da Calheta.
Luísa dos Santos é a primeira médica surda em Portugal e uma neurofibromatose 2 mudou-lhe a vida. Na obra faz um relato emotivo sobre a luta pela sobrevivência, tornando-a numa verdadeira vencedora que já superou a morte três vezes.
A apresentação esteve a cargo do médico Rui Silva que começou por prestar uma homenagem “à amiga Luísa Abreu dos Santos”. Uma “mulher é um exemplo para todos e é daquelas pessoas que ao longo da vida vamos colecionando, no sentido de serem marcos na nossa vivência”.
A reflexão que a Luísa faz é cativante, porque reflete e prepara o leitor para aquilo que ela vai fazer, que é lutar pela vida, lutar pelos seus objectivos. Mas essa luta tem dois pilares que ainda a seguram hoje que é a figura do pai e a figura da mãe. Ambos “portos de abrigo”.
Rui Silva disse ainda que “esta mulher é uma força da natureza” e que, no livro, ela não fala de pessoas negativas que encontrou na sua vida. Pessoas que ele próprio testemunhou. “Algumas que mexeram comigo, mas só quero trazer isso aqui para poder valorizar ainda mais a personalidade, o trabalho e a luta de Luísa dos Santos”
A médica Luísa dos Santos agradeceu aos governantes pela presença e explicou o porquê de fazer este livro. “Estava revoltada e queria saber porque é que existia tantas chatices e perguntei à minha mãe. Porquê tantas chatices e ela me disse: ‘filha pega nessas chatices todas, esmaga-as e escreve um livro’”.
E assim foi. O grande objectivo do livro, para além de falar da minha vida, para além da doença em si que é rara, é abrir os olhos à sociedade e falar de inclusão”.
No evento marcaram presença o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, e o presidente da Câmara Municipal da Calheta, Carlos Teles.
